"Enquanto a RPC [República Popular da China] não renunciar ao uso da força contra Taiwan, e enquanto continuar a exercer coação, não temos outra alternativa senão reforçar as nossas defesas em conformidade, a fim de salvaguardar as nossas preciosas liberdades", afirmou a representante, durante a Conferência de Londres do Instituto de Relações Internacionais britânico Chatham House, a decorrer hoje na capital britânica.
Numa intervenção por videoconferência, Hsiao Bi-khim disse que o retrocesso dos direitos humanos básicos e dos direitos civis em Hong Kong "foi um alerta" para recordar às autoridades da ilha de Taiwan que não podem dar a liberdade "por garantida".
"E a invasão russa da Ucrânia relembra-nos que não o poderemos fazer nos próximos anos", prosseguiu.
Na mesma intervenção, Bi-khim garantiu que Taipé quer manter a situação atual e que, "embora Pequim continue a impor condições prévias que são inaceitáveis para o povo de Taiwan", as autoridades do território mantêm as portas abertas "ao diálogo baseado na paridade e no respeito".
No entanto, avisou que a ameaça à democracia de Taiwan não é apenas militar, mas também através de "táticas híbridas para influenciar a sociedade e política internas".
Hoje, a imprensa local deu conta de uma série de manobras em toda a ilha das forças de Taiwan, envolvendo diferentes tipos de aviões de combate, "para verificar a capacidade de defesa de alvos importantes" face a um possível "ataque comunista".
Os exercícios tiveram lugar horas depois de as forças chinesas terem voltado a sobrevoar o espaço em torno de Taiwan, com um total de oito aviões militares chineses a atravessarem a bacia do Estreito e a entrarem nas partes norte, sudoeste e sudeste da autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan, de acordo com Taipé.
Taiwan é a ilha para onde o exército nacionalista chinês se retirou depois de ter sido derrotado pelas tropas comunistas na guerra civil, em 1949.
Desde então, é governada de forma autónoma.
A China reivindica a soberania sobre a ilha, que considera uma província rebelde para cuja reunificação não exclui o uso da força.
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