Filipinas e China reúnem-se para reduzir as tensões no mar do sul da China

A vice-ministra dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, Theresa Lazaro, e o homólogo chinês, Chen Ziaodong, reuniram-se hoje em Manila numa tentativa para reduzir as tensões no mar do sul da China e coincidiram na necessidade de "desescalada".

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Lusa
02/07/2024 17:13 ‧ 02/07/2024 por Lusa

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Tensões

Em comunicado conjunto, ambas as partes destacaram o objetivo de "restabelecer a confiança" e criar condições de "diálogo e interação" face aos recentes incidentes em águas marítimas disputadas, indicou o portal Rappler.

"As duas partes abordaram as respetivas posições sobre o atol Ayungin (Second Thomas) e conformaram o compromisso de reduzir as tensões sem prejudicar as suas posições respetivas", indica o comunicado.

"As duas partes concordaram em prosseguir as conversações para encontrar uma solução mutuamente aceitável para os problemas", precisa o texto, onde se reconhecem "diferenças significativas".

Em 17 de junho, navios chineses chocaram contra embarcações filipinas perto do Second Thomas, um atol disputado e onde as Filipinas mantêm o navio Sierra Madre encalhado para reclamar o território.

O Exército filipino acusou guardas-costeiros chineses de cercar e abordar o barco em plena missão, provocando ferimentos graves num marinheiro, "perfuração de forma deliberada" dos barcos insufláveis e "roubo" das suas armas, divulgando vídeos e fotos do incidente.

A China denuncia uma colisão entre os barcos pelo facto de a parte filipina "ter ignorado as repetidas advertências chinesas (...) e aproximar-se de forma não profissional do navio chinês".

Este não foi o primeiro incidente entre embarcações chinesas e filipinas nestas águas, decisivas para o trânsito do comércio mundial e ricas em gás, petróleo e pesca.

Os dois países também disputam a soberania sobre o recife de Scarborough e várias ilhas do arquipélago das Spratly, também reivindicadas pelo Bornéu, Malásia, Vietname e Taiwan.

As autoridades filipinas alegam que os atóis são abrangidos pelas 200 milhas náuticas (370 quilómetros) da sua zona económica exclusiva, que segundo a lei internacional permite a exploração de recursos apesar de serem consideradas águas internacionais.

Pequim alega razões históricas para exigir a quase totalidade do mar do sul da China.

As tensões entre a China e as Filipinas agravaram-se desde a chegada ao poder de Ferdinand Marcos Jr., que reforçou a sua aliança militar com os Estados Unidos.

Em junho, Washington reafirmou o seu apoio "inabalável" a Manila, e na sequência de um tratado de 1951 onde se afirma que os Estados Unidos se dispõem a ajudar a sua antiga colónia em caso de "ataque armado".

Leia Também: Durante tensões, presidente da Bolívia empossou novos chefes militares

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