O aparente compromisso do grupo islamita - que controlava Gaza antes de desencadear a guerra com um ataque a Israel em 07 de outubro de 2023 - poderá ajudar a conseguir a primeira pausa nos combates desde novembro passado e preparar o terreno para novas conversações sobre o fim da guerra, mas todas as partes advertiram que um acordo ainda não está garantido.
Em declarações citadas sob anonimato pela Associated Press, os dois funcionários, disseram que o acordo faseado de Washington incluirá, em primeiro lugar, um cessar-fogo "total e completo" de seis semanas, que permitirá a libertação de um certo número de reféns, incluindo mulheres, idosos e feridos, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinianos.
Durante esse período, as forças israelitas também se retirariam das zonas densamente povoadas de Gaza e permitiriam o regresso das pessoas deslocadas às suas casas no norte da Faixa de Gaza, segundo estas fontes.
Ao longo dessas seis semanas, Hamas, Israel e os mediadores também negociariam os termos da segunda fase, que poderia levar à libertação dos restantes reféns do sexo masculino, tanto civis como soldados. Em contrapartida, Israel libertaria outros prisioneiros e detidos palestinianos.
Numa terceira fase, segundo as duas fontes, seriam libertados os restantes reféns, incluindo os corpos de prisioneiros mortos, e dar-se-ia início a um projeto de reconstrução com a duração de um ano.
O Hamas ainda quer "garantias escritas" dos mediadores de que Israel continuará a negociar um acordo de cessar-fogo permanente quando a primeira fase entrar em vigor, disseram os dois funcionários.
O representante do Hamas disse à Associated Press que a aprovação do grupo veio depois de ter recebido "compromissos e garantias verbais" dos mediadores de que a guerra não será retomada e que as negociações continuarão até que se chegue a um cessar-fogo permanente. "Agora queremos essas garantias no papel", referiu.
Meses de conversações sobre o cessar-fogo têm esbarrado na exigência do Hamas de que qualquer acordo inclua o fim total da guerra. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ofereceu-se para fazer uma pausa nos combates, mas não para os terminar completamente até que Israel atinja os seus objetivos de destruir as capacidades militares e de governo do Hamas e a devolução de todos os reféns detidos pelo grupo.
O gabinete de Netanyahu não respondeu aos pedidos de comentário e não houve qualquer reação imediata de Washington.
As notícias de hoje surgem num momento em que os combates e os bombardeamentos aéreos israelitas em Gaza prosseguem sem interrupção.
Na cidade central de Deir al-Balah, foram realizadas orações fúnebres para 12 palestinianos, incluindo cinco crianças e duas mulheres, mortos em três ataques separados no centro de Gaza na sexta-feira e hoje, de acordo com funcionários do hospital.
Israel lançou a guerra em Gaza após o ataque de outubro do Hamas, em que os militantes invadiram o sul de Israel, mataram cerca de 1.200 pessoas - na sua maioria civis - e raptaram cerca de 250.
Desde então, a ofensiva aérea e terrestre israelita já matou mais de 38.000 pessoas em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do território, que não distingue entre combatentes e civis na sua contagem. A ofensiva causou uma devastação generalizada e desencadeou uma crise humanitária que deixou centenas de milhares de pessoas à beira da fome, segundo as autoridades internacionais.
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