No início de junho, os rebeldes apoiados pelo Irão raptaram mais de uma dezena de funcionários de agências da ONU e de organizações humanitárias internacionais, em operações que parecem ter sido coordenadas.
"Continuamos extremamente preocupados com o destino de 13 funcionários da ONU e trabalhadores de ONG que estão detidos há mais de um mês pelo Ansar Allah, as autoridades de facto no Iémen", afirmou Jeremy Laurence, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, utilizando o nome oficial dos rebeldes.
O porta-voz indicou que continua a ser negado o acesso aos reféns, acrescentando a preocupação com "a situação de dois outros membros do pessoal da ONU" que estão detidos há muito tempo, "um desde novembro de 2021 e o outro desde agosto de 2023".
Os Huthis afirmaram ter detido membros de uma "rede de espionagem americano-israelita", que agiam sob o disfarce de organizações humanitárias.
A ONU também apelou aos "Estados e entidades com influência sobre o Ansar Allah para que a utilizem para garantir a libertação imediata e segura de todo o pessoal da ONU e de ONG detido", afirmando a preocupação com as condições em que estão a ser mantidos.
Os rebeldes Huthis estão envolvidos numa longa guerra civil que causou uma das piores crises humanitárias do mundo.
Os rebeldes tomaram a capital Sanaa em 2014, o que levou à intervenção, no ano seguinte, de uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita.
Os Huthis raptaram e torturaram centenas de civis desde o início do conflito, segundo a ONG Human Rights Watch.
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