Cabo Verde precisa de 3,1 mil ME para estratégia de baixa emissão de carbono
Cabo Verde precisa mobilizar 3,1 mil milhões de euros em 26 anos para implementar as medidas da estratégia de baixas emissões de gases com efeito de estufa, disse hoje o ministro do Ambiente, durante a apresentação do documento.
© Lusa
Mundo Cabo Verde
"Estamos a falar de uma visão comum, que tem de ser construída", disse aos jornalistas Gilberto Silva, indicando que o Governo está a mobilizar a "máxima participação" das instituições e da sociedade civil, para ter um documento "o mais consensual possível".
Segundo o também ministro da Agricultura, as medidas vão "tocar" em todas os setores que têm a ver com a emissão de gases com efeito de estufa, esperando um "aumento considerável" das energias renováveis e da eficiência energética e adaptação do sistema agroalimentar.
Mobilidade elétrica nos transportes, captação de água, conservação dos sistemas marinhos e terrestres e florestação são outras das muitas medidas que o país já está a implementar para reduzir as emissões de carbono.
"Já vamos nessa direção e eu creio que Cabo Verde deveria ser o último país em mostrar alguma resistência nalgum setor", declarou, acrescentando esperar o envolvimento de todos os países, numa altura em que o mundo está a atravessar uma "emergência climática sem precedentes".
Na sua intervenção, na cerimónia de apresentação do documento, o ministro afirmou que o país precisa mobilizar 3,4 mil milhões de dólares (3,1 mil milhões de euros -- 344 mil milhões de escudos) nos próximos 26 anos para implementar as medidas constantes na estratégia.
Gilberto Silva lembrou que o documento decorre dos compromissos do Acordo de Paris de 2016 e do facto de Cabo Verde ter aderido à neutralidade carbónica, em 2017, meta que espera atingir em 2050, ou seja, emitir a mesma quantidade de carbono que absorve.
A Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) define que o país deve reduzir a emissão dos gases com efeitos de estufa em 18% até 2030, em relação às emissões atuais, que é de 0,02% do total global.
"Nós somos um país que emite muito pouco, mas sofremos bastante os efeitos das mudanças climáticas, por isso, nós queremos cumprir com os nossos compromissos", declarou o governante.
Depois da recolha de contribuições, a Estratégia de Desenvolvimento a Longo Prazo com Baixas Emissões de Gases com efeito de estufa vai ser apresentada ao Governo para aprovação.
Posteriormente, vai ser submetido, também para aprovação, ao secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, para entrar em vigor no arquipélago.
Até agora, 73 países já submeteram os seus documentos a essa instância da ONU.
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