"Estamos a trabalhar intensamente para a libertação de Evan Gershkovich", o jornalista norte-americano condenado a 16 anos de prisão na Rússia, adiantou.
"Evan suportou uma terrível experiência com uma força notável. Não cessaremos os nossos esforços para o trazer de regresso a casa", acrescentou.
Na ONU, um porta-voz do secretário-geral considerou que a detenção de Gershkovich "coloca grandes inquietações" relacionadas com a liberdade de expressão.
O gabinete dos direitos humanos da ONU considera ainda que os jornalistas deverão exercer a sua profissão "num ambiente seguro, sem receio de represálias", segundo indicou Farhan Haq em declarações aos 'media', acrescentando que a ONU apela à libertação "de todos os jornalistas detidos na Rússia simplesmente por terem feito o seu trabalho".
Em Varsóvia, a opositora russa Yulia Navalnaya também denunciou a condenação "injusta" do jornalista norte-americano.
"Devemos bater-nos por cada pessoa que cumpre uma pena de prisão injusta nas prisões de [Vladimir] Putin (Presidente russo) e exigir a sua libertação imediata", escreveu Navalnaya, que responsabiliza o Kremlin pela morte do seu marido, Alexei Navalny, numa prisão em fevereiro, em circunstâncias suspeitas.
A justiça russa condenou hoje a 16 anos de prisão o jornalista norte-americano Evan Gershkovich, acusado de espionagem por alegadamente ter acedido a informação secreta sobre a indústria militar do país.
Durante a audiência, que teve lugar no tribunal regional de Sverdlovsk, a acusação pediu 18 anos de prisão de segurança máxima.
O processo judicial foi invulgarmente rápido, consistindo em apenas três audiências, duas das quais esta semana, o que a imprensa associou diretamente ao interesse de Moscovo em encurtar o prazo para uma futura troca do jornalista condenado por um prisioneiro russo.
As audiências de quinta-feira e de hoje, antecipadas a pedido da defesa, deveriam ter sido realizadas em meados de agosto.
Gershkovich, detido há 477 dias, não admitiu a sua culpa e afirmou, tal como o seu jornal, que estava apenas a cumprir o seu dever profissional quando foi detido.
O jornalista de 32 anos recebeu a mesma pena que Paul Whelan, um antigo fuzileiro naval norte-americano também condenado na Rússia por espionagem em junho de 2020.
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