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PP diz que independentismo catalão voltou a ganhar força e culpa Sánchez

O Partido Popular espanhol (PP, direita) considerou hoje que o independentismo catalão voltou a ganhar força esta quinta-feira com o regresso dos socialistas ao poder na Catalunha e "a humilhação" da passagem do separatista Carles Puigdemont por Barcelona.

PP diz que independentismo catalão voltou a ganhar força e culpa Sánchez
Notícias ao Minuto

20:35 - 08/08/24 por Lusa

Mundo Partido Popular

O PP, que lidera a oposição em Espanha, culpou o primeiro-ministro do país, o socialista Pedro Sánchez, de fomentar "a humilhação" nacional provocada pela passagem hoje de Puigdemont pela Catalunha e nova fuga à polícia do dirigente separatista, que desde 2017 é alvo de um mandado de detenção em território espanhol.

 

"Puigdemont pretendia tirar a Catalunha do Estado e, no fim, Sánchez tirou o Estado da Catalunha. O espetáculo delirante de hoje demonstra-o. A indignidade é do Governo, mas não de Espanha nem dos espanhóis", escreveu o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, na rede social X.

Antes, a secretária-geral do partido e número dois de Feijóo, Cuca Gamarra, tinha já dito, numa conferência de imprensa em Madrid, que Sánchez estendeu "a passadeira vermelha" a Puigdemont para o regresso hoje a Espanha e o "espetáculo vergonhoso" que se viveu em Barcelona.

Cuca Gamarra voltou a condenar os acordos de Sánchez com os independentistas e considerou que Espanha viveu hoje outra "humilhação insuportável" que prejudica gravemente a imagem do país e a confiança nas suas instituições.

"Uma humilhação consentida" por Pedro Sánchez, sublinhou.

Para Cuca Gamarra, "com a investidura de Salvador Illa [como presidente do governo regional] e o regresso e fuga de Puigdemont", Espanha e a Catalunha voltaram "à casa de partida" do processo independentista catalão da última década, "com o independentismo a avançar rumo às suas últimas metas graças ao PSOE [Partido Socialista Operário Espanhol]".

Para o PP, Espanha está hoje "numa situação pior" porque para enfrentar o desafio independentista, "Sánchez dinamitou a unidade dos defensores da Constituição desde o primeiro dia do seu governo".

O parlamento da Catalunha investiu hoje o socialista Salvador Illa como presidente do governo autonómico e pôs fim a 14 anos consecutivos de executivos independentistas nesta região do nordeste de Espanha.

Illa foi eleito hoje para o cargo com 68 votos a favor dos 135 deputados catalães e negociou a sua investidura com a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, independentista).

O acordo da ERC com os socialistas que levou hoje Illa ao poder na Catalunha prevê, entre outros aspetos, uma "soberania fiscal" para a região, reivindicada há muito pelos independentistas.

A ERC, que estava à frente do executivo regional mas ficou em terceiro nas eleições de maio, negociou já com os socialistas do primeiro-ministro Pedro Sánchez, na última legislatura, indultos e uma amnistia para separatistas.

Como os indultos e a amnistia, a questão da "soberania fiscal" para a Catalunha, semelhante à que já existe para o País Basco e Navarra, está a gerar nova polémica em Espanha, incluindo entre dirigentes do PSOE.

O caso basco e navarro reconhece especificidades históricas e é uma exceção dentro das 17 regiões autónomas, sendo considerado pouco ou nada solidário com o resto do país.

A investidura hoje do líder do PSC põe fim a 14 anos consecutivos de executivos independentistas na Catalunha, durante os quais a região passou por um processo de tentativa de autodeterminação que culminou com uma declaração unilateral de independência em 2017.

O dia de hoje na Catalunha ficou também marcado pela passagem de Puigdemont por Barcelona, pela primeira vez em quase sete anos, tendo feito um breve comício no centro da cidade perante milhares de apoiantes, que foi transmitido pelas televisões.

Apesar do mandado de detenção de que é alvo, Puigdemont chegou ao comício e abandonou depois o local sem ser detido, estando de novo em paradeiro desconhecido.

Leia Também: Detido segundo agente dos Mossos pela fuga de Puigdemont de Barcelona

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