Num balanço hoje divulgado, organização da sociedade civil afirma que já identificou 1.305 das 2.229 pessoas que as autoridades locais anunciaram ter detido em várias regiões do país, das quais "117 adolescentes entre os 15 e 17 anos de idade", além de 14 indígenas, 16 pessoas com deficiências e 172 mulheres.
Em nota publicada no X, a FP adianta que no Distrito Capital (Caracas) há 230 detenções confirmadas, seguindo-se os estados de Carabobo (197) e Anzoátegui (115).
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de mais de duas mil e duzentas detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.
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