Sindicato automóvel dos EUA processa Trump e Musk por "ameaças"

O sindicato UAW, que representa os trabalhadores do setor automóvel nos Estados Unidos, processou o candidato presidencial Donald Trump e o magnata Elon Musk por intimidação e ameaças durante uma entrevista veiculada na rede X. 

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© Getty Images

Lusa
13/08/2024 20:15 ‧ 13/08/2024 por Lusa

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UAW

A acusação, avançou o sindicato no seu site, deve-se às "tentativas ilegais de ameaçar e intimidar os trabalhadores que defendem os seus direitos através de atividades concertadas e protegidas, tais como greves". 

 

As declarações em causa foram feitas durante uma conversa de duas horas entre Elon Musk e Donald Trump na rede social X, na noite de 12 de agosto, em que Trump defendeu a prática de despedir trabalhadores em greve e elogiou Musk por isso. 

"Quer dizer, eu olho para o que tu fazes", disse Trump a Musk. "Chegas e dizes, querem ir embora? Se declaram greve, não vou mencionar o nome da empresa, mas declaram greve e tu dizes, 'Tudo bem, vais para rua. Todos para a rua. Cada um de vocês para a rua'".

Um dos mais poderosos sindicatos do país, com 400 mil sindicalizados, o United Auto Workers lembrou que "segundo a lei federal, os trabalhadores não podem ser despedidos por fazerem greve, e ameaçar fazê-lo é ilegal de acordo com o Regulamento de Relações Laborais".

Em 2022, Elon Musk comprou o Twitter e despediu a maior parte dos funcionários. O milionário tem estado envolvido em processos judiciais relativos à infração de leis laborais.

"Quando dizemos que Donald Trump é uma fura-greves, é isto que significa", afirmou o presidente do sindicato Shawn Fain.

Fain acrescentou que Trump "vai sempre estar contra os trabalhadores que defendem os seus direitos e a favor de bilionários como Elon Musk, que está a contribuir 45 milhões de dólares por mês a um Super PAC (fundo para despesas eleitorais) para o eleger". 

Musk, que é conhecido pelas suas posições anti-sindicatos, já negou que esteja a dar somas avultadas à campanha de Trump e escreveu no X que Fain vai acabar com problemas na justiça tal como os seus últimos antecessores. 

"Tanto Trump e Musk querem que a classe trabalhadora fique sentada e calada, e ambos riem disso abertamente", criticou Shawn Fain. "É repugnante, ilegal e totalmente previsível destes dois palhaços". 

O UAW deu o seu apoio público a Kamala Harris, a candidata presidencial democrata, numa altura em que a campanha de Donald Trump está a tentar obter mais apoios de sindicatos. 

Fain foi a cara mais visível da greve simultânea que paralisou as maiores construtoras automóveis no ano passado, General Motors, Ford e Stellantis. 

A conversa no X Spaces foi ouvida por 2,1 milhões de utilizadores, após um atraso de 45 minutos por dificuldades técnicas. O evento marcou o regresso de Trump à rede social, onde tem 89,1 milhões de seguidores, após ter sido banido do então Twitter em 2021 pela desinformação que culminou no ataque ao Capitólio de 06 de janeiro. 

Leia Também: X alvo de ciberataque? Há quem diga que Elon Musk está a mentir

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