"No dia 15 de agosto [quinta-feira], por volta das 17h00, 20 dos nossos membros foram raptados quando se dirigiam para a nossa convenção anual em Enugu. Temos estado em contacto com as famílias para garantir o retorno seguro dos jovens", explicou, em comunicado, a Federação Católica dos Estudantes Nigerianos de Medicina e Odontologia (Fecamds).
Na sexta-feira, o sequestro foi confirmado por Catherine Anene, oficial de relações públicas da polícia do estado de Benue (centro-leste), onde ocorreu o crime.
Oito estudantes da Universidade de Maiduguri (nordeste) juntaram-se a cerca de outros 10 no dia 14 de agosto na Universidade de Jos (centro), onde pernoitaram, antes de seguirem pela estrada para Enugu, a mais de 500 quilómetros, descreveu a Associação de Estudantes de Medicina da academia de Maiduguri.
Os jovens foram sequestrados na estrada perto da cidade de Otukpo, localizada a menos de 150 quilómetros de Enugu, regularmente alvo de ataques e sequestros.
A Associação Nigeriana de Estudantes de Medicina (Nimsa) apelou à calma e garantiu que a situação estava "sob controlo", através da sua conta na rede social X.
A Nigéria enfrenta um ressurgimento significativo de raptos devido à grave crise económica do país, que está a empurrar cada vez mais nigerianos para o crime.
Os números de raptos não são fiáveis, dada a ausência de notificação de todos os casos.
A consultoria nigeriana SBM Intelligence registou 4.777 destes crimes entre maio de 2023 e janeiro de 2024, o que coincide com a chegada do Presidente Bola Ahmed Tinubu ao poder.
Já a segundo a organização não-governamental Save the Children, mais de 1.680 estudantes foram raptados de escolas nigerianas entre o final de 2022 e o início de 2024.
Em 2022, foi aprovada uma lei que proíbe o pagamento de dinheiro a sequestradores. No entanto, muitas famílias dizem que não confiam nas autoridades e sentem que não têm outra escolha senão entregar os resgates exigidos.
Leia Também: Pelo menos 52 passageiros morrem afogados no oeste do Níger