Israel deverá transferir foco militar de Gaza para fronteira com Líbano
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, garantiu hoje que o Exército vai deslocar o foco militar de Gaza para a fronteira com o Líbano, onde têm aumentado os ataques do Hezbollah nas últimas semanas.
© DREW ANGERER/AFP via Getty Images
Mundo Médio Oriente
Gallant acredita que ainda há objetivos a alcançar na Faixa de Gaza, incluindo a libertação dos reféns detidos pelo Hamas, mas durante uma visita às tropas do norte sugeriu que a preocupação pode agora ser mais sobre uma escalada do conflito com o movimento xiita libanês Hezbollah.
O ministro admitiu que, se a tensão continuar a aumentar, "todas as possibilidades operacionais devem ser tidas em conta", insistindo na necessidade de as Forças de Defesa de Israel estarem preparadas "para tudo o que possa acontecer".
Gallant defendeu ainda a continuação dos esforços para que os cidadãos que deixaram as suas casas na zona norte de Israel possam regressar, admitindo que essa possibilidade possa ocorrer num curto espaço de tempo.
A fronteira entre Israel e o Líbano vive o seu pico de tensão mais elevado desde 2006, com uma intensa troca de tiros nos últimos dez meses, que custou a vida a pelo menos 625 pessoas, a maioria do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou 385 vítimas, algumas na Síria, além de mais de 120 civis.
Em Israel, morreram 49 pessoas no norte do país (23 soldados e 26 civis, incluindo 12 menores no ataque à cidade drusa de Majdal Shams).
As hostilidades têm como pano de fundo a guerra na Faixa de Gaza, iniciada em 07 de outubro de 2023 com um ataque do grupo islamita palestiniano Hamas no sul de Israel, deixando cerca de 1.200 mortos e raptando perto de 200 pessoas.
Em resposta, Israel desencadeou uma operação em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário no enclave palestiniano, além de ter desestabilizado todo o Médio Oriente.
Nos últimos dias, os ataques de Israel ao Líbano, visando instalações da milícia Hezbollah, intensificaram-se, tal como as respostas do grupo xiita apoiado pelo Irão.
Há três semanas, os receios de uma guerra aberta entre as partes voltaram a aumentar, depois de um bombardeamento israelita ter matado o principal comandante militar do grupo libanês, Fuad Shukr, nos arredores de Beirute.
O Exército israelita detetou hoje o lançamento de cerca de 75 'rockets' provenientes do Líbano, 55 da parte da manhã e 20 à tarde, indicando que "alguns foram intercetados" e os restantes caíram em zonas abertas.
Após os disparos hoje de manhã, as forças israelitas atacaram "um lança-foguetes do [grupo xiita libanês] Hezbollah na zona de Beit Lif, no sul do Líbano, de onde foram lançados projéteis" contra o território de Israel, relatou o Exército.
Os episódios de guerra de hoje seguem-se a um forte ataque israelita na segunda-feira contra um "depósito de armas" no Vale de Bekah, longe da linha do resto dos bombardeamentos dos últimos dias.
"Após os ataques, foram identificadas explosões secundárias, que indicam a presença de grandes quantidades de armas nas instalações afetadas", referiu um comunicado do Exército sobre esta ocorrência.
Pelo menos oito pessoas, duas das quais crianças, ficaram feridas nos bombardeamentos israelitas neste bastião do Hezbollah no leste do Líbano.
O Centro de Operações de Emergência do Ministério da Saúde Pública libanês informou em comunicado que os ataques contra a região feriram seis cidadãos libaneses e dois menores sírios, um dos quais com cinco anos e outro com 15.
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