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Egito pede mediação para trégua e alerta contra escalada na Cisjordânia

O Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, afirmou hoje que vai continuar os seus esforços de mediação para uma trégua na Faixa de Gaza, alertando ainda sobre as crescentes incursões militares do exército israelita na Cisjordânia.

Egito pede mediação para trégua e alerta contra escalada na Cisjordânia
Notícias ao Minuto

16:02 - 29/08/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente

"O Egito vai continuar os seus esforços, em coordenação com os seus parceiros [Estados Unidos e Qatar] para colocar um fim a esta guerra, que causou uma catástrofe humanitária em Gaza", declarou Al-Sisi, segundo um comunicado da Presidência egípcia.

 

O Presidente alertou ainda sobre "o perigo extremo da atual escalada israelita na Cisjordânia", que "aumenta enormemente os riscos de complicar a situação regional".

Al-Sisi fez estas declarações durante uma reunião com uma delegação do Congresso dos Estados Unidos no Cairo, quando acontece uma nova ronda de negociações no Qatar desde quarta-feira, contando com altos representantes de Israel, assim como dos Estados Unidos, Qatar e Egito.

Esta nova ronda de negociações começou dois dias depois de uma outra realizada durante o fim de semana no Cairo e que, segundo fontes egípcias, não produziu resultados positivos devido à insistência de Israel em não se retirar de dois corredores em Gaza, considerando-os vitais para a sua segurança.

Trata-se do corredor Filadélfia, entre o Egito e a Faixa de Gaza, onde se situa a passagem terrestre de Rafah, por onde entrou a maior parte da ajuda aos habitantes de Gaza antes de ser ocupada por Israel em maio passado; e o corredor Netzarim, que divide Gaza em duas partes, norte e sul.

Tanto o grupo islamita palestiniano Hamas como o Egito insistem que os israelitas se retirem desses dois corredores para finalizar um acordo de cessar-fogo que permita a troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos em Israel.

No seu encontro com congressistas norte-americanos, Al-Sisi "destacou a gravidade da escalada e a tensão que a região vive devido à continuação da guerra" e apelou a que "a comunidade internacional faça esforços concertados para travar a violência nos territórios palestinianos".

Numerosos países e organizações árabes e internacionais denunciaram as incursões israelitas na Cisjordânia, onde entre quarta-feira e hoje pelo menos 18 pessoas morreram em operações militares de Israel.

Os receios sobre uma possível extensão da guerra de Gaza -- controlada pelo Hamas desde 2007 -- para a Cisjordânia, território sob o controlo da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), do Presidente Mahmoud Abbas, têm vindo a crescer à medida que aumentam as incursões militares israelitas na área.

Esses receios aumentaram consideravelmente depois do apelo feito na quarta-feira pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, para a "retirada temporária" da população palestiniana na Cisjordânia como medida de combate à presença de grupos armados no território ocupado.

Leia Também: "Mentira". Israel rejeita acusações da UE sobre deslocação na Cisjordânia

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