"O Egito vai continuar os seus esforços, em coordenação com os seus parceiros [Estados Unidos e Qatar] para colocar um fim a esta guerra, que causou uma catástrofe humanitária em Gaza", declarou Al-Sisi, segundo um comunicado da Presidência egípcia.
O Presidente alertou ainda sobre "o perigo extremo da atual escalada israelita na Cisjordânia", que "aumenta enormemente os riscos de complicar a situação regional".
Al-Sisi fez estas declarações durante uma reunião com uma delegação do Congresso dos Estados Unidos no Cairo, quando acontece uma nova ronda de negociações no Qatar desde quarta-feira, contando com altos representantes de Israel, assim como dos Estados Unidos, Qatar e Egito.
Esta nova ronda de negociações começou dois dias depois de uma outra realizada durante o fim de semana no Cairo e que, segundo fontes egípcias, não produziu resultados positivos devido à insistência de Israel em não se retirar de dois corredores em Gaza, considerando-os vitais para a sua segurança.
Trata-se do corredor Filadélfia, entre o Egito e a Faixa de Gaza, onde se situa a passagem terrestre de Rafah, por onde entrou a maior parte da ajuda aos habitantes de Gaza antes de ser ocupada por Israel em maio passado; e o corredor Netzarim, que divide Gaza em duas partes, norte e sul.
Tanto o grupo islamita palestiniano Hamas como o Egito insistem que os israelitas se retirem desses dois corredores para finalizar um acordo de cessar-fogo que permita a troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos em Israel.
No seu encontro com congressistas norte-americanos, Al-Sisi "destacou a gravidade da escalada e a tensão que a região vive devido à continuação da guerra" e apelou a que "a comunidade internacional faça esforços concertados para travar a violência nos territórios palestinianos".
Numerosos países e organizações árabes e internacionais denunciaram as incursões israelitas na Cisjordânia, onde entre quarta-feira e hoje pelo menos 18 pessoas morreram em operações militares de Israel.
Os receios sobre uma possível extensão da guerra de Gaza -- controlada pelo Hamas desde 2007 -- para a Cisjordânia, território sob o controlo da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), do Presidente Mahmoud Abbas, têm vindo a crescer à medida que aumentam as incursões militares israelitas na área.
Esses receios aumentaram consideravelmente depois do apelo feito na quarta-feira pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, para a "retirada temporária" da população palestiniana na Cisjordânia como medida de combate à presença de grupos armados no território ocupado.
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