Daniel Sancho, condenado a prisão perpétua na Tailândia pelo assassinato premeditado do cirurgião colombiano Edwin Arrieta, foi transferido para Surat Thani na sexta-feira e agora cumpre um período de quarentena de cinco dias, não podendo receber visitas até ao dia 6 de setembro.
Sancho abandonou a prisão de Samui um dia depois de ter sido condenado em tribunal pelos crimes de homicídio premeditado, desmembramento e ocultação de cadáver, refere a EFE, citada pela Telecinco.
O espanhol de 30 anos vai permanecer em quarentena até 5 de setembro, uma prática comum nas prisões tailandesas desde a pandemia de Covid-19. Só a partir do dia seguinte é que poderá ter visitas presenciais ou por videochamada.
Daniel Sancho está numa cela acompanhado de outros reclusos que também estão em quarentena. Se até à próxima quinta-feira algum deles testar positivo, todos terão de permanecer isolados até que cada um teste negativo. A seguir, será decidido em que área da cadeia será instalado.
À chegada a Surat Thani, Sancho terá questionado se alguém falava inglês e pediu um intérprete na sequência de problemas de comunicação, uma vez que os funcionários do estabelecimento prisional falam predominantemente tailandês.
O filho do ator Rodolfo Sancho já tinha cumprido um período de quarentena de 10 dias quando entrou na prisão de Koh Samui, a 7 de agosto de 2023, cinco dias após o crime.
Quais as condições na prisão de Surat Thani?
A prisão de Surat Thani situa-se no sul da Tailândia, na península de Malawa. Aqui, as condições são deploráveis. Segundo relata o 20 minutos, há cerca de 20 reclusos por cela, estes passam mais de 12 horas sem sair e dormem no chão.
Surat Thani tem cerca de 5.400 reclusos, mais do dobro da sua capacidade e 10 vezes mais do que os que existem na prisão de Koh Samui, onde Daniel Sancho esteve detido durante um ano.
Daniel é o primeiro espanhol a ingressar nesta prisão, onde conviverá com pessoas que cometeram delitos graves.
De recordar que o espanhol queria permanecer na prisão de Koh Samui, no sul da Tailândia, e fez mesmo esse pedido em tribunal. Porém, o magistrado esclareceu que a lei não permitia essa possibilidade e que a decisão não dependeria dele.
Em causa está o facto de a prisão de Koh Samui só permitir o alojamento de reclusos com penas de até 15 anos, tendo Sancho sido sentenciado a uma pena de prisão perpétua.
"Pai, ajuda-me". O apelo de Daniel Sancho ao pai após condenação a prisão perpétua
Antes de ser encaminhado para a prisão de Surat Thani, Daniel recebeu a visita do pai e dos advogados de defesa.
A Telecinco avança, em exclusivo, que o homem lhes disse que era "forte" e voltou a defender a sua inocência, salientando que iria provar até ao fim que não cometeu o homicídio de forma premeditada.
"É uma sentença difícil... muito difícil. É tudo muito injusto. Tudo foi um acidente. Quero defender-me até ao fim, porque isso ficará provado. Não entendo a pena de prisão perpétua. Estou tranquilo porque tenho confiança que os recursos corram bem. Não temos outra via possível", terá dito Sancho ao seu pai.
"Pai, ajuda-me", teria ainda apelado Daniel a Rodolfo Sancho.
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