As declarações de Starmer foram feitas após a publicação do relatório final do inquérito à tragédia que matou 72 pessoas e que concluiu que o incêndio resultou de "décadas de falhas" por parte do Governo e dos organismos da indústria da construção.
"O país falhou no seu dever mais fundamental: proteger-vos e aos vossos entes queridos, as pessoas que é suposto servirmos. E por isso lamento profundamente", afirmou, numa declaração escrita.
O chefe do governo do Reino Unido informou sobre a análise cuidadosa que será feita do relatório e das suas recomendações para "garantir que uma tragédia destas não volte a acontecer".
Natasha Elcock, do Grenfell United, um grupo que representa os sobreviventes e as famílias enlutadas, instou as autoridades a "fazer justiça e a acusar os culpados pela morte dos nossos entes queridos".
"O relatório de hoje revela a falta de competência, de compreensão e a incapacidade fundamental de cumprir os deveres mais básicos de cuidado", disse Elcock, uma sobrevivente do incêndio que perdeu o tio na tragédia. "Pagámos o preço da desonestidade sistemática, da indiferença institucional e da negligência".
O incêndio deflagrou na madrugada de 14 de junho de 2017, num apartamento do quarto andar, e alastrou pelo edifício de 25 andares como um rastilho, alimentado por painéis de revestimento inflamáveis nas paredes exteriores da torre.
A tragédia levantou questões sobre regulamentos de segurança pouco rigorosos e outras falhas de funcionários e empresas que contribuíram para tantas mortes.
"Como foi possível, na Londres do século XXI, que um edifício de betão armado, estruturalmente imune ao fogo, se transformasse numa armadilha mortal?", pergunta-se no relatório, que também notou que "não há uma resposta simples para essa pergunta".
A Torre Grenfell, construída em betão na década de 1970, tinha sido revestida durante uma remodelação nos anos anteriores ao incêndio com alumínio e polietileno, tendo o relatório sido muito crítico em relação às empresas que fabricaram o revestimento.
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