Jaime Gomes, 59 anos, é natural de Bobonaro, na parte ocidental de Timor-Leste, mas esteve 20 anos na Argentina.
Em 2010, conheceu Bergolio durante uma visita do cardeal de Buenos Aires a uma paróquia.
Exprimindo-se em espanhol, disse à Lusa em Tasi Tolu sentir uma enorme gratidão por o cardeal argentino ter sido eleito Papa e estar hoje em Timor-Leste.
Francisco, que chegou a Díli na segunda-feira, vai celebrar hoje à tarde (hora local) uma missa em Tasi Tolu, nos arredores de Díli, ponto alto da visita que termina na quarta-feira.
Para o padre Jaime Gomes, a participação dos timorenses na visita papal "é a expressão de uma fé católica profunda".
Referiu que esse mesmo sentimento foi visível durante a missa que o agora santo João Paulo II celebrou no mesmo local em 1989.
A diferença, assinalou, é que a participação na missa de há 35 anos foi também um ato de resistência, por Timor-Leste estar sob ocupação da Indonésia.
"Hoje, evocamos a fé", afirmou.
Jaime Gomes disse que Timor-Leste "é pobre e pequeno, mas muito católico", e espera que a visita do Papa anime os timorenses "a prosseguirem com a construção do país".
"Há muito trabalho pela frente, os jovens emigram à procura de condições de vida melhores", exemplificou.
Centenas de milhares de pessoas concentraram-se no recinto de Tasi Tolu para assistir à missa. As autoridades policiais no terreno não têm números oficiais, mas admitiram que possam rondar o meio milhão de fiéis, num país com 1,3 milhões de habitantes.
*** O jornalista viajou para Timor-Leste a convite das autoridades timorenses ***
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