Maria Rosario Boccia, a mulher que esteve no centro de uma polémica devido a um caso amoroso que levou à demissão do ministro da Cultura de Itália, foi banida do parlamento italiano, esta terça-feira, por alegadamente ter filmado de forma ilícita o interior do hemiciclo com óculos de espionagem.
Gennaro Sangiuliano demitiu-se do cargo na semana passada, após ter admitido, na televisão nacional, que teve uma "relação amorosa" com Boccia e que tentou contratá-la para sua conselheira, antes de ter dúvidas devido a conflitos de interesses.
Agora, de acordo com a agência de notícias Reuters, a mulher foi alvo de uma sanção disciplinar devido a vídeos captados com uns óculos, onde dizia querer dar aos seus seguidores uma visita guiada aos corredores e salas do parlamento.
Boccia será impedida de entrar no local "até decisão em contrário dos órgãos competentes" por ter violado a norma que proíbe a captação de fotografias e vídeos do interior do edifício.
Recorde-se que o caso amoroso foi denunciado pela própria amante, a empresária Maria Rosaria Boccia, de 40 anos. Segundo conta a imprensa italiana, Boccia era uma "completa desconhecida" e agora está no centro de uma polémica política.
Ao longo de meses, Boccia partilhou várias viagens e visitas feitas com o Ministério da Cultura e, no início de setembro, publicou uma fotografia com Sangiuliano, onde lhe agradeceu pela "nomeação para conselheira do ministro da Cultura".
A nomeação viria, contudo, a ser negada pelo governo italiano. E foi aí que começou a vingança de Boccia, com a partilha de várias fotografias, mensagens e documentos que provaram a sua relação com o ministro e a tutela.
Em entrevista à estação RAI 1, o ministro revelou que, após o caso se tornar público, decidiu apresentar a sua demissão a Meloni e que o pedido foi recusado. "A primeira coisa que lhe disse [a Meloni] foi que estava pronto para me demitir. Ela disse-me para seguir em frente", contou, citado pela agência de notícias France-Presse.
Sangiuliano confirmou também que o caso com Maria Rosario Boccia "tornou-se uma relação amorosa" em maio, mas terminou "no final de julho, início de agosto". No entanto, assegurou que tinha pagado todas as despesas relacionadas com as viagens da amante com o seu próprio dinheiro e que não gastou um único euro público.
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