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Iraque e Irão recusam prolongamento do conflito em Gaza

O primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia' Al Sudani, reafirmou hoje, em Bagdade, diante do Presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, que Iraque e Irão recusam prolongar o conflito em Gaza entre Israel e o Gamas, apoiado por Teerão.

Iraque e Irão recusam prolongamento do conflito em Gaza
Notícias ao Minuto

13:26 - 11/09/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente

luz da escalada na região, temos falado muito sobre a importância da estabilidade, que está ameaçada pela agressão sionista em Gaza", disse Al Sudani num discurso ao lado do Presidente iraniano. 

 

"Em mais de uma ocasião, afirmámos a nossa rejeição de qualquer prolongamento do conflito", disse, referindo-se às "posições comuns" dos dois países relativamente a esta "agressão".

Pezeshkian deslocou-se hoje ao Iraque para a primeira visita ao estrangeiro desde a sua eleição, em julho, uma viagem de três dias destinada a consolidar a estreita aliança entre os dois países vizinhos.

Na noite de terça-feira, antes de aterrar em Bagdade, ocorreu uma "explosão" numa base da coligação internacional anti-jihadista liderada pelos Estados Unidos no aeroporto da capital iraquiana. As forças iraquianas afirmaram desconhecer a origem da explosão e garantiram que o tráfego aéreo não foi afetado.

O Irão é um aliado fundamental do Iraque e tem uma forte influência junto dos principais partidos políticos xiitas iraquianos, bem como junto de grupos armados como os ex-paramilitares Hashd al-Shaabi, recrutados para o aparelho de segurança.

Durante a sua visita, o Presidente iraniano deslocar-se-á às cidades sagradas xiitas de Najaf e Kerbala (no centro) e à região autónoma do Curdistão (no norte), que mantém uma relação conflituosa com Teerão.

"Esta viagem será útil para criar e aprofundar laços económicos, culturais, políticos e de segurança" com o Iraque, "a fim de resolver muitos problemas que possam existir", disse Pezeshkian antes de deixar Teerão.

Segundo o gabinete de Al Sudani, este participará na assinatura de "uma série de memorandos de entendimento nos domínios da cooperação fiscal, da agricultura, dos recursos naturais, das comunicações e do turismo".

Após uma guerra entre o Iraque e o Irão nos anos 1980, os laços entre os dois países de maioria xiita reforçaram-se consideravelmente desde a invasão norte-americana do Iraque em 2003, que derrubou o regime de Saddam Hussein.

Mas, num ato de equilíbrio delicado, o governo iraquiano também mantém uma relação estratégica com o seu aliado norte-americano, particularmente na frente militar.

Pezeshkian, que tomou posse no final de julho, comprometeu-se a consolidar as relações com os seus vizinhos, a fim de reduzir o isolamento internacional do Irão e limitar o impacto das sanções norte-americanas na sua economia.

"As relações com os países vizinhos podem reduzir consideravelmente a pressão das sanções", declarou em agosto.

O Irão está sujeito a sanções ocidentais há anos, em particular depois de os Estados Unidos, inimigo declarado de Teerão, se terem retirado unilateralmente do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano em 2018, sob a presidência de Donald Trump.

Na terça-feira, Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido anunciaram novas sanções contra Teerão, visando em particular a companhia aérea Iran Air, depois de acusarem Teerão de entregar mísseis balísticos à Rússia para atacar a Ucrânia.

O Irão negou estas acusações e ameaçou tomar "medidas" não especificadas contra os europeus.

Por outro lado, a visita de Pezeshkian tem também como pano de fundo as elevadas tensões no Médio Oriente, devido à guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, pois ambos são membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

Ao abrigo de uma derrogação regularmente renovada das sanções dos Estados Unidos, o Iraque recebe milhões de metros cúbicos de gás por dia do Irão para abastecer as suas centrais elétricas, sendo que as importações cobrem 30% das suas necessidades de eletricidade.

E o comércio não petrolífero entre o Irão e o Iraque ascendeu a quase 5.000 milhões de dólares (4.530 milhões de euros) desde março de 2024, segundo os meios de comunicação social iranianos.

Para o analista político iraquiano Ali al-Baidar, citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP), o Irão "precisa do mercado iraquiano para as suas exportações, tal como precisa das importações de energia iraquianas".

No Curdistão, as conversações de Pezeshkian deverão centrar-se na oposição curda do Irão, que se encontra na região há décadas e tem sido alvo de ataques iranianos nos últimos anos.

Em março de 2023, Teerão assinou um acordo de segurança com o Governo iraquiano, que se comprometeu a desarmar estes movimentos e a mantê-los afastados da fronteira.

O Irão acusa-os de contrabando de armas do Iraque e de encorajar as manifestações desencadeadas pela morte, em setembro de 2022, da jovem curda Mahsa Amini, três dias depois de ter sido detida pela polícia dos costumes iraniana sob a acusação do mau uso do véu islâmico.

Leia Também: Irão. AI alerta para continuação de "repressão" após grandes protestos

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