Este lançamento é visto como o último de um programa que o Ocidente receia que ajude Teerão a avançar com o seu programa de mísseis balísticos.
O Irão descreveu o lançamento como "um sucesso", mas não houve confirmação imediata e independente do êxito do lançamento, nem as autoridades iranianas forneceram imediatamente imagens ou outros pormenores.
O lançamento ocorre no meio de tensões acrescidas que se fazem sentir no Médio Oriente devido à guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, durante a qual Teerão lançou um ataque direto sem precedentes com mísseis e drones contra Israel.
Entretanto, o Irão continua a enriquecer urânio até níveis próximos do grau de armamento, o que suscita preocupações entre os especialistas em não-proliferação de armas sobre o programa de Teerão.
O Irão identificou o foguetão de transporte de satélites como sendo o Qaem-100, que a Guarda Revolucionária utilizou em janeiro para outro lançamento bem sucedido.
Qaem significa "vertical" na língua farsi do Irão. O foguetão de combustível sólido colocou o satélite Chamran-1, que pesa 60 quilogramas, numa órbita de 550 quilómetros, informou a imprensa estatal iraniana.
O Departamento de Estado norte-americano e os militares norte-americanos não responderam imediatamente aos pedidos de comentários sobre o lançamento iraniano.
Os Estados Unidos afirmaram anteriormente que os lançamentos de satélites iranianos desafiam uma resolução do Conselho de Segurança ds Nações Unidas e apelaram a Teerão para que não realizasse qualquer atividade que envolvesse mísseis balísticos capazes de transportar armas nucleares.
As sanções da ONU relacionadas com o programa de mísseis balísticos do Irão expiraram em outubro passado.
Durante o mandato do antigo Presidente iraniano Hassan Rouhani, relativamente moderado, a República Islâmica do Irão abrandou o programa espacial por receio de aumentar as tensões com o Ocidente.
Porém, o Presidente de linha dura Ebrahim Raisi, um protegido do líder supremo Ayatollah Ali Khamenei, que chegou ao poder em 2021, impulsionou o programa. Raisi morreu num acidente de helicóptero em maio.
Não é agora claro o que o novo Presidente do Irão, o reformista Masoud Pezeshkian , pretende para o programa, uma vez que se manteve em silêncio sobre a questão durante a campanha eleitoral.
A avaliação da ameaça mundial da comunidade de informações dos Estados Unidos, realizada este ano, refere que o desenvolvimento de veículos de lançamento de satélites por parte do Irão "encurtaria o prazo" para o país desenvolver um míssil balístico intercontinental, uma vez que utiliza tecnologia semelhante.
Os mísseis balísticos intercontinentais podem ser utilizados para transportar armas nucleares. O Irão está agora a produzir urânio próximo dos níveis de qualidade para armas, após o colapso do seu acordo nuclear com as potências mundiais. Teerão possui urânio enriquecido suficiente para "várias" armas nucleares, caso decida produzi-las, alertou já o chefe da Agência Internacional da Energia Atómica.
O Irão sempre negou a procura de armas nucleares e afirma que o seu programa espacial, tal como as suas atividades nucleares, se destina a fins puramente civis.
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