Milhares em ruas em Israel exigem acordo que permita libertação de reféns

Milhares de pessoas voltaram a sair hoje às ruas em diferentes partes de Israel para exigir que o Governo chegue a um acordo com o Hamas que permite libertar a centena de reféns detidos na Faixa de Gaza.

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Lusa
14/09/2024 23:48 ‧ 14/09/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O Fórum das Famílias dos Reféns (a principal plataforma que representa as famílias dos raptados em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel e matou também cerca de 1.200 pessoas) liderou, como tem vindo a fazer todos os sábados, a manifestação em Telavive, que hoje contou com uma gravação áudio de Matan Angrest, um dos reféns.

 

"Netanyahu tem de conseguir esta troca de prisioneiros [palestinianos] em Israel e os prisioneiros aqui", disse Matan no vídeo, em que interpelou diretamente o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na que é a sua primeira prova de vida desde 7 de outubro.

O Hamas publica ocasionalmente mensagens de vídeo e de áudio de reféns israelitas, com um guião claro, destinado a pressionar a sociedade e o Governo israelita a chegar a uma trégua.

O áudio foi reproduzido pela mãe de Matan, Anat, que antes proferiu um discurso em que exigiu a Netanyahu que ignore os seus ministros mais extremistas (Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich, membros-chave do Governo de coligação), que se opõem a qualquer tipo de acordo com o Hamas.

Em Jerusalém, houve confrontos entre os manifestantes e a polícia e, pelo menos, uma pessoa foi detida.

Os protestos que apelam a um acordo para libertar os reféns em Gaza tornaram-se uma ocorrência comum nos últimos meses, mas até agora não conseguiram dissuadir Netanyahu de suavizar a sua posição.

As negociações para um cessar-fogo com vista à libertação dos reféns israelitas que ainda se encontram no enclave estão estagnadas, apesar dos esforços dos países mediadores (Estados Unidos, Egito e Qatar) para relançar as conversações.

O principal obstáculo reside na insistência das autoridades israelitas em manter uma presença militar em dois pontos-chave da Faixa de Gaza: o Corredor de Filadélfia, que a separa do Egito, e o Corredor de Netzarim, uma via artificial criada pelo exército israelita que divide o território a meio.

O Hamas reiterou em várias ocasiões que não assinará um acordo que não inclua a retirada total das forças israelitas do enclave.

Leia Também: "Usar colete tornava-o alvo"? ONU em Gaza teme ataques israelitas

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