"Vocês devem ser modelos porque estamos a dar-lhes a oportunidade de recuperar a vossa liberdade. Entre vocês, há pessoas que podem ser úteis à sociedade. Não repitam os mesmos erros que os trouxeram até aqui", disse o ministro da Defesa congolês, Constant Mutamba, numa cerimónia realizada na própria prisão de Makala, no sul da capital, Kinshasa
"É graças à gentileza do Presidente da República (Félix Tshisekedi) que vos liberto, no âmbito da execução do plano do Governo de descongestionamento das prisões para a sua reabilitação", acrescentou o ministro, citrado pela imprensa local.
Nos últimos meses, as autoridades congolesas libertaram centenas de pessoas em Makala e noutras prisões do país.
Segundo a imprensa local, mais de 400 prisioneiros deixaram Makala no final de julho, enquanto cerca de 30 recuperaram a liberdade no início de agosto na penitenciária central de Kisangani (que estava lotada, mais do dobro da sua capacidade original para alojar prisioneiros, que é de 500 pessoas), na província de Tshopo (centro).
No final de agosto, mais 120 detidos foram libertados da prisão de Mbuji-Mayi, em Kasai Oriental (também central).
O anúncio de hoje surgiu depois da tentativa de fuga de Makala ocorrida na madrugada de 02 de setembro, na qual morreram mais de 130 pessoas - algumas por tiros disparados pelas forças de segurança e outras por asfixia e empurrões - e em que pelo menos 195 mulheres foram violadas, às vezes repetidamente e por vários homens.
Esta prisão já foi palco, em 2017, de uma fuga em massa de cerca de 4.500 presos durante o assalto levado a cabo à prisão por seguidores da seita Bundu Dia Kongo para libertar o seu líder, Mwana Nsemi.
A prisão de Makala é a maior da RDCongo e, como muitas outras no país, está sobrelotada, albergando mais de 15 mil prisioneiros alojados em diferentes enfermarias, quando a capacidade máxima é de somente 1.500 pessoas.
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