"Unidades do grupo 'Centro' libertaram a povoação de Nelepovka, na República Popular de Donetsk", disse o Ministério da Defesa russo, num comunicado divulgado na plataforma de mensagens Telegram na segunda-feira.
As tropas russas conseguiram também provocar baixas e destruir equipamento de pelo menos 11 brigadas ucranianas nas cidades de Kleban-Byk, Selidovo, Dzerzhinsk, Nikolaevka, Lysovka, Tsukurino, Sukhaya Balka, Druzhba e Shevchenko, acrescentou o ministério.
O exército da Rússia encontra-se às portas de Toretsk, um importante centro logístico cuja captura facilitaria o aumento da pressão contra a cidade de Chasiv Yar, palco de combates durante vários meses devido à sua importância estratégica.
Na segunda-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto que ordena o recrutamento de cerca de 133 mil pessoas para o serviço militar, entre outubro e dezembro, para reforçar a preparação militar da população em plena guerra.
"De 01 de outubro a 31 de dezembro de 2024, 133 mil cidadãos da Federação Russa com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos, que não estejam na reserva e estejam sujeitos ao serviço militar, serão convocados para o serviço militar", refere o documento assinado pelo líder russo.
O vice-chefe da Direção Principal de Organização e Mobilização do Estado-Maior General das Forças Armadas Russas, Vladimir Tsimlyanski, esclareceu que os recrutas não serão enviados para a área da "operação militar especial", um eufemismo pelo qual Moscovo se refere à invasão da Ucrânia.
O período de treino militar na Rússia é de 12 meses.
Durante a campanha de recrutamento da primavera passada, cerca de 150 mil russos foram convocados para o serviço militar obrigatório, de acordo com a agência de notícias russa Interfax.
Horas antes, Putin disse que todos os objetivos estabelecidos vão ser alcançados na Ucrânia, em declarações que marcaram o segundo ano da anexação de quatro regiões ucranianas pela Rússia.
"A verdade está do nosso lado. Todos os objetivos estabelecidos vão ser alcançados", declarou o Presidente, num discurso gravado em vídeo em que felicitou o povo russo pelo "Dia da Reunificação".
A Rússia assinalou na segunda-feira a anexação unilateral (e considerada ilegal pela Ucrânia e a maioria da comunidade internacional) de Lugansk, Donetsk, Zaporijia e Kherson, regiões ucranianas que Moscovo apenas controla de forma parcial.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste do país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
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