Prossegue o julgamento do caso de abuso sexual de que foi vítima Gisèle Pelicot, violada por dezenas de homens, com o conhecimento do marido, enquanto esta estava drogada, em França.
Esta quinta-feira ficou marcada pelo testemunho de alguns dos 50 arguidos do caso, com declarações polémicas.
Entre elas está a de Jean T., homem que alegou não se lembrar de nada. O suspeito afirmou perante o juiz que também ele foi drogado por Dominique Pèlicot, que lhe ofereceu uma bebida ao entrar em casa.
“Porque é que não apresentou queixa se pensa que foi drogado?”, perguntou a juíza. “Foi um encontro mau. Esquecemo-nos de tudo e pronto”, respondeu o homem, de 52 anos.
Estas alegações contradizem com o comportamento demonstrado em vídeos, onde o indivíduo parece bastante ativo durante o abuso a que sujeitou a vitima. "Não me lembro de nada", voltou a defender.
Redouan F, outros dos arguidos, disse que agiu por medo. Segundo o homem, quando entrou na casa dos Pelicot ficou aterrorizado com o ambiente sombrio e quando viu Gisèle inconsciente pensou que estivesse morta. Questionado sobre a violação, afirmou ter agido por medo de Dominique.
Já outro arguido disse pensar que se tratava de uma fantasia sexual de Gisèle e Dominique, enquanto outros pediram para que não fossem julgados como se fossem todos iguais a Dominique.
Estas alegações foram ouvidas durante uma sessão de dez horas.
A veracidade destes testemunhos será esclarecida esta sexta-feira, quando forem vistas e analisadas as gravações das violações que os implicam, refere a Telecinco.
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