O ataque foi levado a cabo por membros do grupo 'Gran Grif', que, armados com espingardas automáticas, mataram pelo menos 70 pessoas, incluindo cerca de 10 mulheres e três crianças, declarou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) em comunicado, manifestando o seu "horror".
Os membros do grupo "terão incendiado pelo menos 45 casas e 34 veículos", obrigando os residentes na localidade de Port Sonde a fugir.
O ACNUDH apelou a "um maior apoio financeiro e logístico internacional à Missão Multinacional de Apoio à Segurança (MMAS) no Haiti", composta maioritariamente por polícias quenianos e que iniciou recentemente uma missão de apoio às forças de segurança haitianas.
A missão está a ter grandes dificuldades em lidar com os grupos fortemente armados que há vários meses têm vindo a devastar a capital haitiana e os seus arredores.
"É também essencial que as autoridades conduzam uma investigação rápida e exaustiva deste ataque, levem os alegados autores à justiça e garantam a reparação das vítimas e das suas famílias", acrescentou o Alto Comissário.
A onda de violência e a situação humanitária catastrófica, que causou mais de 3.661 mortos desde janeiro, obrigou mais de 700.000 pessoas, metade das quais crianças, a abandonar as suas casas na procura de refúgio noutros pontos do país, de acordo com os últimos dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM) publicados na quarta-feira.
Em Nova Iorque, o porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou veementemente o ataque no Haiti.
"A violência de gangues continua a espalhar-se da capital para outras regiões do Haiti", alertou o porta-voz, Stéphane Dujarric.
"O secretário-geral faz um apelo urgente a todos os Estados membros para que garantam que a missão multinacional de apoio à segurança receba a assistência financeira e logística necessária para ter sucesso", frisou.
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