Scholz reitera compromisso com cessar-fogo e libertação de reféns
O chanceler alemão, Olaf Scholz, defendeu hoje um cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza, a fim de proteger os civis palestinianos, libertar os reféns israelitas e travar a escalada da guerra no Médio Oriente.
© Christoph Reichwein - Pool/Getty Images
Mundo Médio Oriente
"O Governo alemão insiste num cessar-fogo que deve ser implementado definitivamente para proteger a população civil na Faixa de Gaza, permitir a entrada de abastecimentos e também para que os reféns israelitas possam finalmente ser libertados", afirmou Scholz numa mensagem nas suas redes sociais.
Na véspera do aniversário do ataque terrorista do Hamas a Israel, a 07 de outubro de 2023, que causou a morte de 1.200 pessoas e o sequestro de cerca de 250, Olaf Scholz recordou que a Alemanha está em contacto com os seus parceiros internacionais "para evitar uma nova escalada do conflito".
"O perigo de um conflito de grandes proporções na região mantém-se", acrescentou, antes de aludir às implicações da situação no Médio Oriente para a Alemanha, que acolhe populações migrantes com raízes em Israel, na Faixa de Gaza, na Cisjordânia, no Líbano e noutros países da região.
Scholz afirmou que é normal que estas populações mostrem as suas preocupações em manifestações nestes dias, mas sublinhou que não pode haver lugar no país para que "os crentes judeus tenham medo e sejam aterrorizados na Alemanha", para que "os judeus sejam impedidos de sair de casa com um kippah" ou para que os membros desta minoria sejam impedidos de revelar a sua religião nos estabelecimentos de ensino.
Scholz lamentou ainda que, na véspera do primeiro aniversário do ataque terrorista, a paz e a reconciliação pareçam mais distantes do que nunca, circunstância que não o impede de defender as negociações entre as partes e o empenho numa resolução do conflito baseada na existência de dois Estados.
A mensagem de Scholz surge no dia em que a Ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, descreveu o ataque terrorista de 07 de outubro como uma "rutura" para os judeus e para a Alemanha, e repetiu o argumento do direito a defender-se, que o governo de Israel tem usado para sustentar os ataques na Faixa de Gaza, no Líbano, na Síria e no Iémen, lembrando os "mais de 100 reféns que continuam detidos por terroristas".
Desde 07 de outubro, quase 42 mil pessoas foram mortas por ataques do exército israelita na Faixa de Gaza, e 100 mil ficaram feridas, estimando-se que muitas mais vítimas estejam debaixo dos escombros ou em zonas inacessíveis, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas.
No Líbano, as forças israelitas intensificaram os ataques nas últimas semanas, com bombardeamentos quase constantes, incluindo em Beirute, causando a morte a cerca de duas mil pessoas, segundo o governo libanês.
Além, destas mortes, mais de 520 palestinianos foram mortos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental pelas forças israelitas ou em ataques de colonos.
O conflito também causou cerca de dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica", "o número mais elevado alguma vez registado", segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
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