Segundo um comunicado do gabinete de Gallant, o ataque israelita deixaria o Irão confuso.
"Não compreenderão o que aconteceu e como aconteceu", afirmou o ministro israelita, de extrema-direita.
O Irão disparou cerca de 180 mísseis contra Israel na semana passada, numa escalada do conflito entre os dois países.
A Guarda Revolucionária do Irão afirmou que o ataque foi lançado contra bases militares israelitas em torno da cidade israelita de Telavive, em resposta às mortes de Ismail Haniyeh e Hassan Nasrallah, líderes da ala política do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e da milícia xiita libanesa Hezbollah, respetivamente, ambos grupos apoiados por Teerão.
Referiu ainda que 90% dos mísseis lançados no âmbito da operação "True Promise II" atingiram com êxito os seus alvos, incluindo "centros estratégicos israelitas", bases de radares e instalações de organizações envolvidas nos ataques que resultaram na morte de Haniyeh - assassinado no final de julho em Teerão - e Nasrallah, morto na semana passada num bombardeamento na capital do Líbano, Beirute.
Os ataques ocorreram horas depois de Israel ter anunciado o início de uma ofensiva terrestre no Líbano, após quase um ano de fogo cruzado transfronteiriço com o Hezbollah, desencadeado pela guerra iniciada por Israel na Faixa de Gaza a 07 de outubro de 2023 contra o Hamas, em retaliação ao ataque sem precedentes perpetrado no mesmo dia em território israelita pelo Hamas e outras fações palestinianas.
O ataque do Hamas saldou-se em 1.205 mortos, na maioria civis, e 251 sequestrados, 43 dos quais continuam vivos em cativeiro, segundo o Exército Israelita.
A escalada do conflito e a abertura de uma segunda frente de batalha de Israel -- com o Líbano -- está a aumentar o medo de uma guerra em grande escala na região do Médio Oriente.
Após o ataque com mísseis, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, o General Herzi Halevi, afiançou que as autoridades israelitas vão responder ao Irão com um ataque que demonstrará as capacidades "precisas e surpreendentes" do país.
Por seu lado, o Presidente iraniano, Massud Pezeshkian, advertiu Israel contra um conflito aberto e defendeu a resposta do Irão às ações israelitas na região.
A guerra de Israel na Faixa de Gaza, que hoje entrou no 369.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 42.000 mortos (quase 2% da população), entre os quais 17.000 menores, e de 97.700 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo de mais de um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.
O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
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