As equipas do Crescente Vermelho palestiniano, que trataram dezenas de vítimas e que tinham inicialmente avançado que o número de mortes era de 21, afirmaram que o ataque ocorreu perto da sede da organização em Deir al-Balah, segundo uma mensagem transmitida na rede social X.
Segundo a agência noticiosa palestiniana WAFA, a escola era utilizada para acolher os palestinianos deslocados a oeste da cidade de Rafah, também alvo de operações das forças israelitas. Calcula-se que, até à data, mais de 90 pessoas tenham ficado feridas na zona.
As autoridades de Gaza acusaram Israel de ter cometido "um terrível massacre" ao bombardear a escola de Rufaida e advertiram, em comunicado, que a maioria das vítimas mortais eram crianças.
"O exército de ocupação tinha conhecimento de que nesta escola se encontravam milhares de crianças e mulheres deslocadas das suas casas, cujos bairros foram bombardeados. Escolheu a altura do bombardeamento para a altura de maior movimento, quando estas crianças e mulheres se deslocavam para ir buscar comida", disse.
O bombardeamento eleva para 190 o número de abrigos e centros de refugiados bombardeados por Israel desde o início da ofensiva contra Gaza.
"Estes centros albergam milhares de pessoas deslocadas devido à guerra genocida levada a cabo pelo exército de ocupação contra o nosso povo palestiniano", afirmou.
"Este novo crime vem juntar-se à difícil situação sanitária da província central, atualmente habitada por mais de um milhão de pessoas", salientaram as autoridades de Gaza antes de condenar estes atos, pelos quais consideraram Israel e os Estados Unidos "inteiramente responsáveis".
Nesse sentido, apelaram à comunidade internacional e às organizações da ONU para que "pressionem a ocupação a pôr termo aos crimes e ao derramamento de sangue na Faixa de Gaza".
Por seu lado, as forças israelitas garantiram que o alvo dos ataques foi um "posto de controlo para operações terroristas em Deir al-Balah", embora não tenham dado pormenores sobre o número de alegados "terroristas" mortos na operação.
No entanto, afirmaram que se tratou de um ataque de "precisão" e explicaram que "antes do ataque, foram tomadas todas as medidas necessárias para mitigar o risco de ferir civis, incluindo o uso de munições precisas, vigilância aérea e informações de inteligência".
Deir al-Balah já foi alvo de outro ataque das forças israelitas este fim de semana, que deixou mais de 20 mortos e dezenas de feridos. Os atentados atingiram uma mesquita e uma escola, segundo informações dos Médicos Sem Fronteiras.
A ofensiva de Israel contra Gaza foi lançada após os ataques perpetrados a 07 de outubro de 2023 pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e outras fações armadas palestinianas, que deixaram cerca de 1.200 mortos e 251 raptados, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, mais de 42 mil palestinianos morreram, segundo indicam as autoridades de Gaza, controladas pelo Hamas, aos quais se somam mais de 740 palestinianos mortos às mãos das forças de segurança israelitas e em ataques perpetrados por colonos na Cisjordânia e em Jerusalém desde a mesma data.
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