"O risco de utilização de armas nucleares é muito elevado, talvez mais elevado do que nunca. Felicitamos a Nihon Hidankyo por um reconhecimento merecido e extremamente importante", afirmou o diretor-adjunto da ICAN, Daniel Hogsta, citado pela agência espanhola EFE.
O Comité Nobel norueguês atribuiu hoje o Prémio Nobel da Paz à Nihon Hidankyo, uma organização formada por sobreviventes às radiações atómicas das bombas lançadas há 79 anos pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki.
A organização "recebe o prémio da paz pelos seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar, através de testemunhos, que as armas nucleares nunca mais devem ser utilizadas", justificou o presidente do comité, Jorgen Watne Frydnes.
A ICAN, que recebeu o mesmo prémio em 2017, recordou a sua colaboração com a Nihon Hidankyo e com os 'hibakusha', nome dado aos sobreviventes dos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki em 1945.
"Estes sobreviventes inspiradores trabalharam incansavelmente para aumentar a consciencialização sobre os impactos desastrosos das armas nucleares e para pressionar a sua eliminação", afirmou.
Hogsta disse que os seus testemunhos e ativismo foram cruciais para o desarmamento atómico e para a adoção e entrada em vigor do Tratado da ONU sobre a Proibição de Armas Nucleares.
Lembrou ainda que no próximo ano se comemora o 80.º aniversário dos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki, pelo que "é mais importante do que nunca que as vozes dos sobreviventes e os seus apelos à ação sejam ouvidos".
As bombas atómicas lançadas pelos Estados Unidos mataram instantaneamente cerca de 120.000 pessoas nas duas cidades japonesas, mas um número comparável de pessoas morreu devido a queimaduras e lesões provocadas pela radiação nos meses e anos que se seguiram.
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