Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil de Gaza, organização dependente do Hamas, anunciou que um ataque ocorrido por volta das 21h40 (19h40 em Lisboa) fez "12 mortos, incluindo mulheres e crianças" na cidade de Jabalia.
Antes disso, Ahmad Kahlout, diretor da Defesa Civil do norte de Gaza, reportou à agência France-Presse (AFP) 18 mortes em vários ataques ocorridos durante o dia na cidade e no campo de refugiados de Jabalia, tendo afetado nomeadamente "oito escolas" localizadas no campo e servindo de abrigo para pessoas deslocadas.
Bassal indicou ainda que 14 pessoas estavam desaparecidas, aparentemente presas sob os escombros do último ataque.
No total, os ataques de sexta-feira fizeram pelo menos 110 feridos, segundo números transmitidos por Bassal e Kahlout.
As Forças de Defesa de Israel (FDI), que não anunciaram ataques na zona de Jabalia durante o dia, não respondeu às perguntas da AFP sobre os relatos.
No domingo, o exército israelita anunciou que estava a cercar Jabalia, a poucos quilómetros a nordeste da cidade de Gaza, e instou os residentes a abandonarem a área, para realizar uma ofensiva contra os combatentes do Hamas que, segundo as FDI, estavam em processo de reconstrução das "suas forças".
A área já foi palco por duas vezes de alguns dos combates mais violentos na Faixa de Gaza desde o início da guerra.
O atual conflito na região começou no dia 07 de outubro do ano passado, quando cerca de mil combatentes do movimento islamita palestiniano Hamas atacaram inesperadamente o território israelita, matando quase 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, dos quais quase 100 continuam detidos.
As investidas de Israel na Faixa de Gaza já mataram cerca de 41.500 pessoas e forçaram quase dois milhões de pessoas a fugir de casa, segundo as autoridade do enclave, controladas pelo Hamas.
Israel e o grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado fronteiriço há mais de um ano, paralelamente à guerra que acontece na Faixa de Gaza.
Nas últimas semanas, o exército israelita intensificou os seus bombardeamentos no país vizinho e lançou uma incursão terrestre que provocou mais de 2.100 mortos e 11.000 feridos no Líbano.
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