O grupo de media acusa a Perplexity AI de utilizar as suas publicações para alimentar o seu modelo de linguagem, de acordo com uma carta datada do início de outubro, da qual a AFP obteve hoje uma cópia.
Estes modelos utilizam imensas quantidades de dados para responder detalhadamente ou gerar conteúdo em resposta a consultas na linguagem quotidiana.
Apesar de vários alertas e avisos, "o conteúdo do Times continua aparecendo" nos resultados gerados pela interface Perplexity AI, segundo a carta.
"A Perplexity e os seus parceiros comerciais enriqueceram indevidamente o seu conteúdo, sem autorização, através da utilização de publicações jornalísticas que exigiam trabalho de pesquisa e escrita", argumenta o New York Times.
O grupo de media pede à 'startup' que cesse imediatamente todo o uso dos seus artigos e que responda até 30 de outubro.
Contactada pela AFP, a Perplexity AI indicou a sua intenção de responder e contestou o conteúdo de roubo do New York Times para alimentar os seus modelos.
A tecnológica argumentou que se limita a oferecer referências a páginas 'web' no 'site' do New York Times, bem como a integrar citações de artigos diários devidamente fornecidas.
"A legislação considera que nenhum organismo detém direitos de propriedade intelectual sobre os factos", referiu a Perplexity AI.
"É isto que nos permite ter um ecossistema de informação rico e aberto", rematou.
Mas para o New York Times, trata-se de facto de uma "violação odiosa" dos seus direitos de propriedade intelectual.
Ao contrário de vários grupos de comunicação social, o New York Times manteve-se afastado dos principais intervenientes na IA generativa e não hesitou em processar a OpenAI e a Microsoft em dezembro de 2023 por utilização não autorizada do seu conteúdo para desenvolver modelos de IA generativa.
Criada há pouco mais de dois anos, a Perplexity foi avaliada 2,5 e 3 mil milhões de dólares durante a sua última ronda de fundos, em abril.
A 'startup' foi fundada por um antigo funcionário da Meta e um outro da OpenAI e conta entre seus investidores a gigante dos microprocessadores Nvidia e o fundador da Amazon, Jeff Bezos.
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