"Na minha opinião, [as negociações] dependem, num primeiro plano, das eleições nos Estados Unidos", o principal aliado de Kyiv contra a Rússia, afirmou Zelensky durante um encontro com um grupo de jornalistas, incluindo da agência de notícias AFP, na segunda-feira.
Os russos "vão observar a política dos Estados Unidos nesta questão. E os Estados Unidos vão dar a conhecer a sua política muito rapidamente, depois das eleições, na minha opinião", declarou o chefe de Estado ucraniano, dizendo acreditar que os norte-americanos "não vão esperar até janeiro", quando o novo Presidente tomará posse.
A Ucrânia teme que uma vitória do antigo Presidente republicano Donald Trump, que criticou a ajuda militar entregue a Kyiv desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, conduza ao esgotamento destes fundos.
Zelensky não quis abordar este assunto espinhoso e, ao mesmo tempo, garantiu que teve boas reuniões com Trump e com a sua rival na corrida à Presidência, a democrata Kamala Harris, durante a sua visita aos Estados Unidos em setembro.
"Tive uma boa reunião com Trump. Foi tão positiva quanto possível. E estou feliz por isso", disse, afirmando que também manteve uma "reunião muito boa com Harris".
O Presidente ucraniano esperava também que Washington pudesse concordar com o convite oficial da Ucrânia para a NATO, apesar da sua guerra com a Rússia, um projeto crucial de Kyiv ao qual os Estados Unidos continuam a opor-se.
"Depois das eleições, esperamos uma reação mais positiva dos Estados Unidos", que "não quer" fazer mudanças significativas de posição durante a campanha eleitoral, afirmou.
O possível apoio norte-americano também deverá levar a Alemanha a fazer o mesmo, disse o chefe de Estado ucraniano.
Até à data, "o lado alemão está cético" quanto à adesão da Ucrânia à NATO, observou Zelensky, acreditando que Berlim "tem medo" da "reação russa".
"Todos teremos de trabalhar arduamente com o lado alemão. Mas, permanece o facto de os Estados Unidos terem influência nesta questão", disse.
A Ucrânia pretende obter um convite para a NATO o mais rápido possível, embora cerca de 20% do seu território esteja ocupado pela Rússia, e aderir oficialmente à Aliança Atlântica após o fim da guerra, explicou Zelensky.
"Hoje, vemos um consenso entre a maioria dos aliados" relativamente a tal convite, assegurou o chefe de Estado, citando a Hungria e a Eslováquia entre os outros países relutantes, cuja posição poderá mudar, segundo Zelensky, depois daquela anunciada por Washington.
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