Sem especificar a data da deslocação, Farhan Haq afirmou que Guterres irá a Kazan "tal como fez anteriormente na [cimeira do grupo na] África do Sul, como sempre foi seu hábito quando participa em reuniões de organizações com um grande número de Estados membros importantes, como o G7 ou o G20".
A mesma fonte acrescentou que os países BRICS "representam quase metade da humanidade" e que, por isso, a cimeira "é de grande importância para o trabalho da ONU com os países membros" desta organização.
A questão da presença de Guterres num fórum organizado por Putin foi repetidamente levantada junto do porta-voz nos últimos dias, sem resposta. Hoje Haq justificou o que parece ser uma decisão de última hora com o facto de Guterres "ter muitas frentes para tratar".
O líder da ONU está desde domingo em Adis Abeba para a cimeira da União Africana.
Haq confirmou também que Guterres irá reunir-se com Vladimir Putin, bem como com outros líderes presentes na cimeira, dependendo da sua disponibilidade, uma vez que essa é "uma das principais razões para a sua presença".
Esta será a primeira vez que Guterres e Putin se encontrarão desde a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
O porta-voz assumiu que Guterres vai transmitir a Putin "a sua posição bem conhecida sobre a guerra na Ucrânia e as condições para uma paz justa baseada na carta fundadora e nas resoluções da ONU", referindo-se à integridade territorial e à soberania da Ucrânia.
O grupo BRICS, inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, expandiu-se este ano para nove membros com a integração do Irão, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.
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