"Não influenciamos nem interferimos de forma alguma nos assuntos georgianos. Mas vemos tentativas absolutamente sem precedentes de interferência ocidental", criticou o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, em declarações aos jornalistas.
"Estão a tentar torcer o braço a Tbilissi, para ditar as suas condições", considerou.
Os georgianos são chamados a votar no sábado em eleições legislativas que serão cruciais para o futuro do país, nas quais grupos de oposição pró-europeus querem derrotar o partido no poder, acusado de ter sucumbido ao autoritarismo pró-Rússia.
A União Europeia (UE) teme que Tbilissi se afaste da sua ambição de aderir ao bloco dos 27, um objetivo consagrado na Constituição georgiana, e se aproxime de Moscovo.
O partido "Sonho Georgiano", no poder desde 2012 na antiga república soviética, é acusado de ter encetado uma espiral autoritária pró-Rússia e de afastar a Geórgia da UE e da NATO, que também pretende integrar.
A Geórgia, um país com menos de quatro milhões de habitantes, foi abalada em maio por grandes manifestações contra uma lei sobre "influência estrangeira", criticada no Ocidente e inspirada na legislação russa sobre "agentes estrangeiros", utilizada para reprimir vozes dissidentes.
O país continua muito marcado pela invasão russa sofrida durante uma breve guerra em 2008, quando Moscovo instalou bases militares em duas regiões separatistas georgianas, a Abecásia e a Ossétia do Sul, que reconheceu como Estados independentes.
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