Guiné Equatorial restringe Internet após difusão viral de vídeos sexuais

A difusão viral nas redes sociais de vários vídeos que mostram um alto dirigente da Guiné Equatorial a ter relações sexuais no seu gabinete levou as autoridades a restringir o tráfego na Internet.

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Lusa
04/11/2024 21:43 ‧ 04/11/2024 por Lusa

Mundo

Guiné Equatorial

Nos vídeos, o diretor da Agência Nacional de Investigação Financeira, Baltasar Ebang Engonga, pode ser visto com várias parceiras, incluindo mulheres de altos cargos, no seu gabinete no Ministério das Finanças.

 

O vice-presidente do país, Teodoro Nguema Obiang Mangue, anunciou hoje na sua conta na rede social X, que o governo iria "proceder à suspensão imediata de todos os funcionários públicos que mantiveram relações sexuais nos gabinetes dos ministérios, uma vez que tal constitui uma violação flagrante do código de conduta e da lei sobre ética pública".

Esta não é a primeira vez que vídeos sexuais envolvendo funcionários públicos são divulgadas nas redes sociais, mas o caso assumiu proporções sem precedentes devido à notoriedade dos protagonistas.

Na semana passada, Obiang já tinha anunciado que dera "24 horas ao Ministério das Telecomunicações e Novas Tecnologias, às companhias telefónicas e ao organismo regulador das telecomunicações para encontrarem uma medida para travar a distribuição de vídeos pornográficos que estão a inundar as redes sociais na Guiné Equatorial".

"Como Governo, não podemos continuar a ver famílias destruídas", acrescentou o vice-presidente responsável pela Defesa e Segurança.

De acordo com informações divulgadas em grupos de Whatsapp e depois difundidas no Facebook, Instagram, Tiktok e X, existem mais de 400 vídeos gravados por Baltasar Ebang Engonga no seu gabinete.

Apelidado de "Bello", é filho de Baltasar Engonga Edjo, atual presidente da Comissão da Comunidade Económica e Monetária da África Central e familiar do Presidente da Guiné Equatorial.

Os vídeos foram divulgados nas redes sociais numa altura em que se encontrava em prisão preventiva na prisão de Black Beach, em Malabo, num caso de desvio de fundos públicos, segundo a estação de televisão estatal TVGE.

O procurador Anatolio Nzang Nguema assegurou à TVGE que, se os exames médicos revelarem que se encontra "infetado com uma doença sexualmente transmissível", será processado por um crime contra a "saúde pública".

Em consequência das medidas tomadas pelas autoridades para travar a partilha dos vídeos, o fluxo de tráfego na Internet, e em particular o 'download' de imagens, foi severamente perturbado no país, segundo informações recolhidas pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Leia Também: Alterações climáticas representam "ameaça grave" para Guiné-Bissau

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