Espanha: Operações de busca concentram-se nos parques de estacionamento

As operações de busca, seis dias depois das cheias que devastaram o sudeste de Espanha, concentraram-se hoje em parques de estacionamento subterrâneos na região de Valência, onde uma morgue está preparada para receber até 400 vítimas.

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Lusa
04/11/2024 22:46 ‧ 04/11/2024 por Lusa

Mundo

Espanha/Cheias

O temporal e as inundações de terça-feira no leste de Espanha atingiram sobretudo a região de Valência, onde estão confirmados 213 mortos, de acordo com as autoridades espanholas.

 

Na região vizinha de Castela La Mancha, as autoridades regionais confirmaram três mortos e há mais uma vítima mortal na Andaluzia, no sul de Espanha, segundo o governo autonómico desta região.

Javier Marcos, chefe da Unidade Militar de Emergência (UME), explicou hoje durante uma conferência de imprensa que foi criada uma morgue que pode acolher agora 400 mortos.

"No início havia uma morgue montada para cerca de 100 vítimas, mas rapidamente percebemos que isso não seria suficiente", sublinhou.

As autoridades espanholas prosseguem o processo de levantamento e identificação das vítimas, sendo que o número de identificados é agora de 111, segundo o último balanço atualizado do Centro de Integração de Dados (CID) criado para fazer face a esta emergência.

As operações de busca, seis dias depois das cheias que devastaram o sudeste de Espanha, concentraram-se em parques de estacionamento subterrâneos na região de Valência, onde uma morgue está preparada para receber até 400 vítimas.

Os tribunais já autorizaram a entrega de "quase meia centena de corpos" dos falecidos aos seus familiares, indicou o Supremo Tribunal de Justiça de Valência na rede social X.

Um dia depois de um dia caótico, durante o qual uma multidão enfurecida recebeu com insultos e lama a visita do primeiro-ministro Pedro Sánchez e do rei Felipe VI a uma das localidades mais afetadas pelas cheias, a prioridade continua sempre a ser a localização dos desaparecidos - cujo número exato nunca foi comunicado pelas autoridades.

A agência meteorológica espanhola (Aemet) garantiu oficialmente hoje de manhã que a situação de "crise meteorológica" tinha terminado na região de Valência, mas a preocupação deslocou-se a meio do dia cerca de 350 quilómetros mais a norte, em Barcelona, que foi colocada sob alerta vermelho.

Chuvas torrenciais levaram ao cancelamento de 153 voos para Barcelona, de acordo com o ministro dos Transportes, Oscar Puente. Outros dezoito voos também tiveram de ser desviados.

O tráfego ferroviário de alta velocidade entre Barcelona e Madrid também foi interrompido.

A Andaluzia mantinha até ao final do dia de hoje quatro estradas cortadas ao trânsito devido aos efeitos do mau tempo, que afetou a comunidade nos últimos dias, duas na província de Cádis, uma em Granada e outra em Málaga.

O leste de Espanha, em especial a região de Valência, foi atingido na terça-feira por um temporal que causou, provavelmente, as maiores inundações da Europa neste século, disse o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, no sábado, reconhecendo haver uma "situação trágica" e uma resposta insuficiente das autoridades até então.

Além das vítimas mortais, o temporal causou danos em habitações, empresas e infraestruturas de abastecimento, comunicações e transportes.

Leia Também: Justiça espanhola abre inquérito a incidentes com Felipe VI

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