Taiwan prepara "contramedidas" para a possível vitória de Trump
O ministro da Economia de Taiwan, J. W. Kuo, afirmou hoje que o seu governo preparou "um conjunto de contramedidas económicas" para a eventual vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas.
© Johannes Neudecker/picture alliance via Getty Images
Mundo EUA
Trump "mostrou uma preocupação considerável com as nossas políticas em matéria de 'chips' [semicondutores], mas já avaliámos isso e temos um conjunto de contramedidas, pelo que o impacto não será provavelmente tão grave como se especula", disse Kuo no parlamento.
Kuo referiu ainda que, em caso de vitória eleitoral de Kamala Harris, as políticas económicas e comerciais do Partido Democrata "serão mantidas", "o que implicará alterações mínimas para Taiwan".
Durante a mesma sessão legislativa, o ministro responsável pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento, Paul Liu, afirmou que uma vitória do candidato republicano teria um "impacto mais significativo em Taiwan", dada a sua intenção de impor taxas alfandegárias adicionais à China e a outros países.
"Em termos de controlos tecnológicos, isto beneficiaria Taiwan mais do que o prejudicaria. Para além de acelerar o movimento das empresas taiwanesas, Taiwan poderá também receber mais encomendas, uma vez que muitas das encomendas da China foram redirecionadas [para a ilha] nos últimos anos", afirmou Liu.
As observações foram feitas 10 dias depois de o ex-presidente Trump (2017-2021) ter reiterado os seus ataques a Taiwan, dizendo que a ilha "roubou" a indústria de semicondutores dos EUA e que devia pagar a Washington pela sua defesa.
"Taiwan roubou o nosso negócio de 'chips'. Querem que os protejamos e querem proteção, mas não nos pagam pela proteção. A máfia faz-nos pagar dinheiro", disse Trump durante uma conversa com um conhecido apresentador norte-americano, na qual também propôs a imposição de taxas sobre empresas, como a taiwanesa TSMC, que estão a construir fábricas de semicondutores nos Estados Unidos.
Taiwan, ilha governada de forma autónoma desde 1949 e considerada pela China como uma província sua, tem uma economia fortemente dependente da exportação de produtos tecnológicos, especialmente semicondutores.
Os Estados Unidos são um dos principais compradores destes 'chips' e são também o maior fornecedor de armas a Taiwan, que poderiam defender em caso de conflito com a China.
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