Moscovo apresentou ao embaixador da Moldova "um protesto firme" contra medidas "hostis", como a rejeição de cinco observadores russos que faziam parte da missão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) na primeira ronda de acreditação.
O comunicado oficial acrescenta que três observadores russos também não conseguiram entrar no país no dia 03 de novembro, apesar de terem todos os documentos em ordem.
A candidata liberal, Maia Sandu, 52 anos, foi reeleita no domingo com 55,3% dos votos, contra 44,6% de Alexandr Stoianoglo, um antigo procurador de 57 anos apoiado pelos socialistas pró-russos.
O secretário do Conselho de Segurança russo e antigo ministro da Defesa, Sergei Shoigu, acusou hoje as autoridades moldovas de "falsificação democrática", referindo que cerca de 500 mil cidadãos moldovos residentes na Rússia foram impedidos de exercer o seu direito de voto, uma vez que só foram abertas duas assembleias de voto, como na primeira volta, e apenas 10.000 boletins de voto foram impressos.
O Kremlin já tinha questionado a legitimidade de Maia Sandu como presidente da Moldova, argumentando que as eleições de domingo na antiga república soviética não foram nem "limpas" nem "democráticas" e foram "repletas de manipulações eleitorais".
Entretanto, o candidato presidencial moldovo pró-russo, Alexandr Stoianoglo, admitiu hoje a derrota perante a atual Presidente da Moldova, Maia Sandu, que acusou os oligarcas pró-Rússia de tentarem comprar centenas de milhares de votos através de bancos russos.
"Os resultados mostraram que perdemos, embora aqui, na Moldova, tenhamos ganhado", escreveu Stoianoglo no seu canal da plataforma digital Telegram.
A reação contrasta com a do Partido Socialista da Moldova, que apoiou a sua candidatura e que rejeitou a vitória de Sandu.
"A maioria dos cidadãos votou contra a política das atuais autoridades (...). Maia Sandu é uma presidente ilegítima. (...) O povo da Moldova sente-se enganado", afirmaram os socialistas.
À semelhança do que aconteceu na primeira volta presidencial e no referendo europeu de 20 de outubro, os 300 mil moldovos que votaram no estrangeiro fizeram pender a balança em seu favor.
Sandu, cujo país iniciou as negociações de adesão à União Europeia (UE) em dezembro de 2023, foi felicitada pelos líderes europeus e pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que apoiou desde o início da guerra russa no país, em fevereiro de 2022.
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