Hamas diz que anexação da Cisjordânia impede paz com "entidade nazi"

O movimento islamita palestiniano Hamas afirmou hoje que a defesa da anexação da Cisjordânia pelo ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, "refuta" a possibilidade de "alcançar a paz e coexistência com esta entidade nazi", referindo-se ao governo israelita.

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© JACK GUEZ/AFP via Getty Images

Lusa
12/11/2024 21:23 ‧ 12/11/2024 por Lusa

Mundo

Hamas

O Hamas afirmou que as declarações do governante de extrema-direita "confirmam de forma conclusiva as intenções colonizadoras da ocupação" e sublinhou que as autoridades israelitas "se baseiam no terrorismo e na usurpação de direitos e territórios".

 

"O povo palestiniano e a sua resistência não permitirão que Smotrich ou qualquer outra pessoa ponha em prática estes planos", afirmou o movimento islamita, acrescentando que "a Cisjordânia continuará a ser puramente palestiniana", segundo o diário palestiniano Filastin, ligado ao Hamas.

"Não permitiremos que o terrorista Smotrich ou qualquer outro criminoso de guerra sionista ponha em prática os seus planos maliciosos, que não lhes darão legitimidade sobre as terras ocupadas e não mudarão os factos e a História", afirmou o grupo palestiniano.

O ministro das Finanças de Israel disse na segunda-feira que a eleição do magnata republicano Donald Trump como novo Presidente dos Estados Unidos representa uma "oportunidade significativa" para Israel assumir a "soberania" sobre a Cisjordânia, provocando críticas do governo palestiniano.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana condenou veementemente estas declarações, que considerou serem uma "extensão flagrante e colonial" da "campanha de extermínio e de deslocação forçada" em curso contra a população palestiniana.

O Qatar e o Egito, países mediadores até à data de uma trégua em Gaza, juntamente com os Estados Unidos, também já reagiram às declarações de Smotrich, que classificaram como uma "grave escalada".

No domingo, a diplomacia do Qatar anunciou que pretendia suspender a mediação para um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza até que o movimento Hamas e Israel demonstrassem "vontade e seriedade" nas negociações.

Israel e o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, estão envolvidos num conflito desde outubro de 2023, com um balanço que já ultrapassou os 43 mil mortos.

O conflito, que desestabilizou toda a região do Médio Oriente, alastrou-se ao Líbano, dado o envolvimento do grupo libanês Hezbollah em ataques contra Israel para apoiar o Hamas.

Leia Também: Michael Waltz defende apoio dos EUA à Ucrânia e a Israel

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