"Os líderes do G20 enviaram uma mensagem clara aos seus negociadores na COP29: não saiam de Baku sem um novo objetivo financeiro bem sucedido", disse, em comunicado o responsável da ONU pelo clima, Simon Stiell.
A primeira semana de negociações da conferência da ONU sobre o clima, a COP29, não produziu resultados, tendo os ministros do setor do ambiente agora o papel de tentar dar mais velocidade às negociações e evitar um fiasco total da reunião, que termina no fim da semana no Azerbaijão e deveria chegar a um acordo de financiamento.
Simon Stiell enalteceu o facto de "os líderes das maiores economias do mundo se terem comprometido "a impulsionar reformas financeiras para colocar uma ação climática forte ao alcance de todos os países".
"As delegações do G20 têm agora as suas ordens de marcha para Baku, onde precisamos urgentemente que todas as nações ultrapassem as posturas e avancem rapidamente para um terreno comum, em todas as questões", sublinhou.
O objetivo da COP29 é chegar a um acordo de um bilião de dólares para financiar os países pobres para que possam fazer face às alterações climáticas e diminuir as emissões de gases com efeito de estufa, por exemplo construindo centrais de energia solar, investindo em irrigação e protegendo as cidades contra inundações.
Na declaração final, que era esperada apenas para hoje à tarde, último dia da cimeira realizada na cidade brasileira do Rio de Janeiro, os líderes mostram-se "determinados a liderar ações ambiciosas, oportunas e estruturais em nossas economias nacionais e no sistema financeiro internacional com o objetivo de acelerar e ampliar a ação climática".
Na declaração menciona-se ainda que os países vão-se encorajar mutuamente para com o objetivo de "emissões líquidas zero de GEE/neutralidade climática levando em consideração o Acordo de Paris", mas também as "diferentes circunstâncias, caminhos e abordagens nacionais".
Para além dos representantes dos países membros plenos do grupo, mais a União Europeia e a União Africana, no Rio de Janeiro encontram-se representantes de 55 países ou organizações internacionais, entre os quais Portugal - país convidado pelo Brasil -, representado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, Angola, representado pelo seu Presidente, João Lourenço, e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
O G20 é constituído pelas principais economias do mundo. A presidência do Brasil termina no final do mês, passando em dezembro para a África do Sul.
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