"O Exército está a acompanhar de perto a evolução da situação e está preparado para qualquer cenário, tanto ofensivo como defensivo. O Exército não tolerará ameaças perto da fronteira entre o Líbano e a Síria e frustrará qualquer ameaça contra o Estado de Israel", indicaram as forças israelitas num breve comunicado.
No texto, o Exército precisou também que o ministro da Defesa, Israel Katz, manteve hoje uma reunião com o chefe do Estado-Maior, Herzi Halevi, e o resto da direção militar, para analisar a situação.
Os rebeldes islamitas anunciaram hoje que controlam "por completo" a cidade de Hama, no centro da Síria, poucas horas depois de nela terem entrado.
"A direção de operações militares impõe por completo o seu domínio sobre a cidade de Hama, no centro da Síria", indicou o Comando de Operações Militares da coligação liderada pelos islamitas da Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, ou HTS, em árabe), que protagoniza a ofensiva contra o Governo do Presidente sírio, Bashar al-Assad, iniciada a 27 de novembro.
O Exército sírio reconheceu que tinha retirado as suas unidades militares estacionadas fora da cidade depois de as fações rebeldes nela terem entrado esta manhã.
O jornal israelita The Times of Israel, citando um responsável israelita a coberto do anonimato, noticiou hoje que a esperança das autoridades israelitas é que o conflito interno na Síria debilite ambas as partes e assegurou que o Estado hebreu não tenciona tomar partido.
Israel acusou várias vezes o Governo sírio de facilitar a transferência de armamento iraniano para os combatentes do movimento xiita Hezbollah no Líbano e, nos últimos meses, tem atacado passagens fronteiriças e membros proeminentes do Hezbollah em território sírio.
Os rebeldes islamitas sírios continuam a avançar na província de Hama e têm agora em mira a cidade de Homs, situada também no percurso da autoestrada M5, a coluna vertebral do país, que liga o sul ao norte da Síria.
Se chegarem a Homs e a controlarem, isolarão mais Damasco e impedirão a sua ligação por terra à província costeira de Tartus, reduto da família Al-Assad.
Esta ofensiva é a primeira desta envergadura desde há vários anos na Síria, onde as hostilidades tinham globalmente cessado entre os beligerantes apoiados por várias potências regionais e internacionais com interesses divergentes na guerra civil que começou no país em 2011.
A ofensiva, segundo reportam a estação televisiva norte-americana CNN e o diário The Independent, é a primeira em que as forças da oposição conquistam território em Alepo desde 2016, quebrando o impasse de uma guerra que, formalmente, nunca terminou.
O reacendimento do conflito, que já matou mais de 300.000 pessoas e fez sair do país quase seis milhões de refugiados, tem também amplas ramificações na região.
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