"A questão do genocídio pressupõe a intenção clara de exterminar um grupo étnico, e ainda não vejo essa intenção clara, pelo que não posso acompanhar as conclusões desse relatório", afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Sebastian Fischer, a propósito das acusações feitas pela organização não-governamental.
Também a porta-voz do governo alemão, Christine Hoffmann, fez eco da mesma posição, acrescentando que Berlim "continua a chamar a atenção de Israel para a importância de respeitar o direito humanitário internacional na luta que está a travar após o ataque do Hamas" em Gaza.
Num relatório divulgado na quinta-feira, a Amnistia Internacional acusou Israel de "cometer genocídio" contra os palestinianos na Faixa de Gaza e apelou à comunidade internacional para não ser "cúmplice".
A acusação foi rejeitada firmemente pelo governo israelita.
Os Estados Unidos consideraram as alegações de genocídio "infundadas".
A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
A resposta israelita provocou mais de 44.500 mortos em Gaza, segundo o Hamas, e alastrou-se ao Líbano, onde foi negociada no final de novembro uma trégua de 60 dias com o grupo xiita libanês Hezbollah depois de mais de 4.000 mortos.
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