MP investiga financiamento a candidato da extrema-direita romena

O Ministério Público romeno anunciou hoje que está a investigar suspeitas de financiamento ilegal da campanha eleitoral presidencial, um dia depois de o Tribunal Constitucional ter anulado todo o processo por irregularidades e interferência estrangeira.

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© Andrei Pungovschi/Bloomberg via Getty Images

Lusa
07/12/2024 19:24 ‧ 07/12/2024 por Lusa

Mundo

Roménia

A polícia, por ordem do Ministério Público, fez buscas em três casas na cidade de Brasov ligadas a um caso de "corrupção eleitoral, branqueamento de capitais e fraude informática", segundo um comunicado de imprensa.

 

Nesta nota, o Ministério Público salienta que está a investigar "o possível envolvimento de um indivíduo no financiamento ilegal da campanha eleitoral de um candidato à Presidência da Roménia".

Vários meios de comunicação social romenos indicam que se trata de Bogdan Peschir e que terá contribuído com um milhão de euros para a campanha na rede social TikTok de Calin Georgescu, que venceu inesperadamente a primeira volta das eleições presidenciais de dia 24 com 23% dos votos, quando não tinha ultrapassado os 6% nas sondagens.

Pelo menos 381 mil dólares foram pagos a influenciadores que contribuíram para tornar virais os vídeos eleitorais de Georgescu, um candidato quase desconhecido antes das eleições.

Os meios de comunicação social locais referem que vários destes influenciadores anunciaram nas redes sociais que vão abandonar o país.

O Tribunal Constitucional anulou todo o processo eleitoral, alegando a necessidade de "garantir a imparcialidade e a legalidade" do caso

A segunda e última volta das eleições, entre Georgescu e a europeísta conservadora Elena Lasconi, estavam marcadas para este domingo.

A investigação do Ministério Público vem juntar-se às informações dos serviços secretos de que houve interferência nas eleições por parte de um "ator estrangeiro" não especificado, mas que vários meios de comunicação social e o governo dos EUA identificaram como sendo a Rússia.

Georgescu venceu as eleições após uma campanha centrada nas redes sociais, especialmente no TikTok, onde o número de seguidores e a distribuição dos seus vídeos cresceram rapidamente, apesar de o candidato de extrema-direita, crítico da União Europeia e da NATO, afirmar que não investiu qualquer dinheiro.

O presidente cessante do país, o liberal Klaus Iohannis, disse hoje que tinha falado com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre a "necessidade de reforçar a segurança nas redes sociais".

Embora não seja a primeira vez que se denuncia a influência das redes sociais nos processos eleitorais, a anulação de uma eleição devido a este tipo de irregularidade não tem precedentes.

A equipa de comunicação de Georgescu recusou-se a comentar a investigação do Ministério Público, tendo mesmo cancelado uma conferência de imprensa prevista para domingo.

Na sexta-feira, o candidato descreveu a anulação das eleições como um golpe de Estado e denunciou o "atropelo" da democracia.

George Simion, líder do partido ultranacionalista Aliança para a União dos Romenos (AUR), que ficou em segundo lugar nas eleições legislativas de há uma semana e apoia Georgescu, considerou os partidos moderados e pró-europeus de "golpistas" e pediu ajuda ao futuro Presidente dos EUA, Donald Trump.

"Precisamos da sua ajuda para a liberdade", pediu Simion a Donald Trump Jr. na rede social X, que já tinha descrito a decisão do Tribunal Constitucional romeno como uma 'tentativa marxista de manipular os resultados e negar a vontade do povo'.

Leia Também: Portugal preocupado com possível interferência russa nas eleições romenas

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