Confirmada em abril, a preparação da visita de Francisco a Timor-Leste, que se realizou nos dias 9, 10 e 11 de setembro, no âmbito de um périplo que o levou também à Indonésia, à Papua Nova Guiné e a Singapura, dominou as atenções do país.
A maior parte dos esforços governamentais estiveram concentrados na preparação da visita papal, que custou aos cofres do Estado cerca de 9,13 milhões de euros e que juntou em Díli perto de 600.000 pessoas para assistirem à missa de Francisco, num evento sem registo de incidentes.
Em Díli, o Papa Francisco pediu às autoridades timorenses para continuarem a consolidar as instituições do Estado para que "estejam completamente aptas a servir o povo de Timor-Leste" e para que os "cidadãos se sintam efetivamente representados".
Francisco pediu também aos jovens para "fazerem barulho" e às autoridades para os colocarem no centro e promoverem a sua dignidade através da educação.
Considerado um dos países mais jovens do mundo, Timor-Leste tem 1,3 milhões de habitantes, 70% dos quais com idade inferior a 35 anos.
Outro grande acontecimento da atualidade timorense em 2024 foram as celebrações do 25.º aniversário da realização do referendo, que determinou o fim da ocupação indonésia e levou à restauração da independência, que contaram com a presença do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, entre outras individualidades.
A celebração da efeméride serviu para fazer balanços sobre os desafios que permanecem no país, nomeadamente o combate à pobreza e à má nutrição, que afeta quase metade da população, mas também para a necessidade de maior investimento em setores chave do desenvolvimento como a saúde e educação.
António Guterres destacou, nas várias intervenções que fez durante a visita, que Timor-Leste ganhou a "batalha da independência e da democracia", mas que tem "agora para ganhar a batalha do desenvolvimento", garantindo o apoio das Nações Unidas.
O ano ficou também marcado pela conclusão, em fevereiro, do processo de adesão de Timor-Leste à Organização Mundial do Comércio (OMC), iniciado em 2016.
A adesão de Timor-Leste à OMC é um passo importante para a integração do país na economia global e no acesso aos mercados internacionais.
Ainda em 2024, em outubro, durante uma visita oficial a Portugal do primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, os dois países reforçaram a sua relação bilateral com a assinatura do Programa Estratégico de Cooperação (PEC) para o período entre 2024 e 2028 com um valor de 75 milhões de euros e mais dois acordos relativos à reabilitação de património e infraestruturas.
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