Venezuela. Oposição com calendário flexível para transição governativa

A oposição política na Venezuela manifestou terça-feira disponibilidade para um calendário flexível em direção a uma transição governamental, que insistiu durante muito tempo que ocorreria no próximo mês, quando o novo mandato presidencial está previsto começar.

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© YURI CORTEZ/AFP via Getty Images

Lusa
11/12/2024 07:11 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Venezuela

Esta mudança de posição ocorre quando o candidato da oposição nas eleições presidenciais de julho, Edmundo González, permanece em exílio em Espanha e a sua líder, Maria Corina Machado, continua escondida na Venezuela.

 

Ambos procuram evitar a prisão, quando faltam apenas 30 dias para o juramento constitucionalmente obrigatório na Venezuela, noticiou a agência Associated Press (AP).

A posição sublinha os desafios que a coligação da oposição enfrenta para cumprir a sua promessa de destituir o Presidente Nicolás Maduro do cargo, mesmo quando dezenas de nações apoiam a reivindicação de vitória da oposição e denunciam o governo por fraude eleitoral.

"No dia 10 de janeiro, quem está contra o muro é realmente Maduro, não nós", frisou Machado através de uma transmissão em direto durante um evento em Madrid, onde denunciou a repressão que os opositores do partido no poder têm enfrentado desde as eleições de 28 de julho.

Machado não adiantou pormenores sobre os "termos de uma negociação" que, segundo Corina Machado, a oposição ofereceu ao Governo.

Mas a fação tem afirmado repetidamente que uma das principais prioridades é a libertação da prisão de centenas de pessoas detidas por serem alegados ou reais opositores ao governo.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, que está repleto de apoiantes de Maduro, declarou-o vencedor das eleições horas após o fecho das urnas. Mas, ao contrário das eleições presidenciais anteriores, as autoridades eleitorais não forneceram contagens detalhadas dos votos.

Entretanto, a principal coligação da oposição recolheu folhas de cálculo de 80% das urnas eletrónicas do país, publicou-as 'online' e disse que os registos de votação mostravam que González ganhou as eleições com o dobro dos votos que Maduro.

O governo ignorou os apelos à transparência vindos de dentro e de fora da Venezuela e, em vez disso, a Assembleia Nacional (Parlamento), controlada pelo partido no poder, enviou a Maduro um convite para a sua cerimónia de tomada de posse.

González deixou a Venezuela em setembro para se exilar em Espanha depois de ter sido emitido um mandado de detenção no âmbito de uma investigação sobre a publicação dos cadernos de contagem de votos, enquanto Machado se esconde há meses num local não revelado, que ela diz ser na Venezuela.

González voltou a dizer hoje aos jornalistas que está disposto a regressar à Venezuela para assumir o cargo.

"Vejo-me a assumir o cargo para o qual fui votado pela maioria dos venezuelanos a 28 de julho", sublinhou, sem determinar um prazo.

Dezenas de governos, incluindo os Estados Unidos, reconheceram González como o vencedor das eleições, mas não é claro se Maduro e os seus aliados lhe permitiriam entrar na Venezuela.

Protestos antigovernamentais eclodiram em todo o país no dia seguinte às eleições, provocando a repressão das forças de segurança do Estado, que detiveram mais de 2.200 pessoas.

Leia Também: Alemanha e França atribuem prémio a ativista venezuelana LGBTQIA+

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