"Vai ser formada uma comissão jurídica e de direitos humanos para examinar a Constituição e introduzir alterações", afirmou.
A coligação de grupos rebeldes que tomou o poder na Síria no domingo nomeou um chefe de governo de transição por um período de três meses.
Em 27 de novembro, uma coligação de grupos da oposição liderados pela organização radical islâmica Hayat Tahrir al-Sham (HTS) lançou uma ofensiva e conquistou vastos territórios em dez dias, antes de entrar na cidade de Damasco, pondo fim ao regime da família al-Assad.
A atual Constituição data de 2012 e não especifica que o Islão é a religião do Estado.
Os radicais islâmicos que tomaram o poder na Síria no domingo nomearam chefe de governo de transição Mohammad al-Bashir que se vai manter em funções até 01 de março de 2025.
Até à data, Mohammad al-Bashir liderou o autodenominado "Governo de Salvação" no reduto de Idleb, no noroeste da Síria.
Mohammad al-Bashir disse que foi realizada uma reunião na terça-feira "entre os ministros do Governo de Salvação e os antigos ministros (do Governo de Bashar al-Assad) para transferir o poder".
"A nossa prioridade é preservar as instituições e protegê-las", disse Obaida Arnaout.
Obeida Arnaout foi entrevistado pela France-Presse na sede da Rádio e Televisão da Síria, onde os representantes das novas autoridades se instalaram ao lado de funcionários do governo deposto.
O "novo governo" de transição pretende instaurar "o Estado de direito" após mais de meio século de regime do clã Assad.
Todos aqueles que cometeram crimes contra o povo sírio "vão ser julgados de acordo com a lei", acrescentou.
"Respeitamos a diversidade religiosa e cultural na Síria, que se manterá tal como está", acrescentou Arnaout.
Num país de maioria muçulmana sunita, Bashar al-Assad, exilado na Rússia, é membro da minoria alauita.
[Notícia atualizada às 13h10]
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