Os confrontos, os primeiros deste tipo desde a queda de Al-Assad, no domingo passado, ocorreram nos arredores da cidade de Jableh, quando homens armados emboscaram combatentes do grupo sunita "Legião Sham", segundo um comunicado da organização não-governamental (ONG) síria.
A "Legião Sham" faz parte da aliança armada de formações pró-turcas do Exército Nacional Sírio, que participou na ofensiva para derrubar Al-Assad, juntamente com a coligação islamita Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, ou HTS, em árabe), que inclui o antigo ramo sírio da Al-Qaida.
O OSDH, com sede no Reino Unido e uma vasta rede de contactos no terreno na Síria, afirmou que os combates foram intensos, com 15 "mortos e feridos" nas fileiras do grupo sunita, "com quatro mortes confirmadas" até ao momento.
Desde que a coligação de grupos islamitas e pró-turcos anunciou a sua entrada em Damasco, há quase uma semana, e a consequente queda do regime de Al-Assad, têm-se registado vários tiroteios e incidentes de segurança em diversos pontos do país, incluindo pilhagens e crimes de motivação desconhecida.
Mas, segundo a nota do OSDH, estes terão sido desde então os primeiros confrontos deste género no país, desde 2011 a braços com uma guerra civil que matou mais de 300.000 pessoas e fez sair do país quase seis milhões de refugiados.
Os rebeldes da coligação vitoriosa da HTS lançaram uma ofensiva relâmpago a 27 de novembro a partir da cidade de Idlib, um bastião da oposição, e conseguiram expulsar em poucos dias o Exército de Bashar al-Assad, apoiado pela Rússia e pelo Irão, das capitais provinciais de Alepo, Hama e Homs, abrindo caminho para Damasco, a capital do país, e pondo fim ao regime da família al-Assad, no poder desde 1971.
Bashar al-Assad, há 24 anos no poder na Síria, abandonou a 08 de dezembro o país com a família e pediu asilo político na Rússia.
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