Cidadãos que regressam à Síria "extremamente vulneráveis" a minas

Uma organização britânica apelou hoje para um "esforço internacional" para eliminar as minas e os morteiros não-deflagrados na Síria, sublinhando que os milhares de pessoas que regressam a casa após a queda do regime de Assad estão "extremamente vulneráveis".

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Lusa
15/12/2024 06:01 ‧ há 2 horas por Lusa

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Síria

Após mais de 13 anos de uma guerra civil devastadora, grandes áreas da Síria estão infestadas de minas.

 

"É urgentemente necessário um esforço internacional para limpar milhões de munições de fragmentação não-deflagradas, minas e outros engenhos explosivos, para proteger as vidas de centenas de milhares de sírios que regressam a casa e para abrir caminho a uma paz duradoura", afirmou a organização britânica Halo Trust.

"Estas minas estão espalhadas pelos campos, aldeias e cidades, e as pessoas estão extremamente vulneráveis" à sua detonação, declarou o responsável para a Síria da organização especializada em desminagem, Damian O'Brien.

Uma coligação de grupos rebeldes, dominada pelos islamistas radicais da Organização Islâmica da Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS, em árabe), lançou a 27 de novembro uma ofensiva que derrubou em 11 dias o regime de décadas do clã Al-Assad.

"Dezenas de milhares de pessoas atravessam todos os dias zonas que estão pejadas de minas", acrescentou O'Brien.

Na terça-feira, três pessoas da mesma família morreram na explosão de uma mina na cidade de Palmira, quando a família deslocada regressou para inspecionar a sua casa, segundo a organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

No dia seguinte, a ONG sediada no Reino Unido, que dispõe de uma vasta rede de fontes na Síria, informou que cinco civis, entre os quais uma criança, tinham sido mortos em circunstâncias semelhantes nas províncias de Hama (centro) e Deir Ezzor (leste).

No sábado, o OSDH indicou que seis civis, quatro dos quais mulheres, foram mortos na região de Hama na explosão de uma mina, à passagem do seu veículo, e um sétimo, depois de ter sido atingido por fragmentos de outra, na província central de Homs.

A ONG relatou igualmente que dois membros da HTS morreram durante uma ação de desminagem perto de Idlib (noroeste), no mesmo dia.

Ainda no sábado, os Capacetes Azuis sírios, uma organização de socorro, indicaram ter retirado do terreno "491 obuses não-detonados" entre 26 de novembro e 12 de dezembro.

Em 2023, as minas na Síria causaram a morte de 933 pessoas, atrás de Myanmar, que ocupa a primeira posição mundial, com 1.003 vítimas, segundo o Observatório de Minas.

Leia Também: Síria. Os mortos esquecidos da repressão de Bashar al-Assad

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