Enviado da ONU defende necessidade de transição inclusiva na Síria

O enviado da ONU para a Síria sublinhou hoje a necessidade de uma transição credível e inclusiva ao líder do grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), à frente da coligação que derrubou o poder de Bashar al-Assad,

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© FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images

Lusa
16/12/2024 10:33 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Síria

Geir Pedersen, que chegou a Damasco no domingo, encontrou-se com Abu Mohammad al-Jolani, que agora dá pelo seu verdadeiro nome, Ahmad al-Chareh, e com o primeiro-ministro responsável pela transição até 01 de março, Mohammad al-Bashir, segundo um comunicado de imprensa dos seus serviços no seu canal Telegram.

 

O enviado especial apresentou os resultados da reunião internacional de Aqaba sobre a Síria, realizada no sábado, "sublinhando a necessidade de uma transição política credível e inclusiva liderada pelos sírios, com base nos princípios da Resolução 2254 do Conselho de Segurança das Nações Unidas".

Esta resolução, adotada em 2015, reafirma "o firme compromisso com a soberania, independência, unidade e integridade territorial da República Árabe Síria" e estabelece um roteiro para uma solução política na Síria.

Pedersen sublinhou ainda, no domingo, "a intenção das Nações Unidas de prestarem toda a assistência necessária ao povo sírio" e "foi informado dos seus desafios e prioridades".

O comunicado de imprensa especifica que Pedersen tem "várias questões agendadas para os próximos dias", sem adiantar mais detalhes.

A 08 de Dezembro, a coligação rebelde entrou em Damasco e anunciou a quea do poder assumido durante 24 anos por Bashar al-Assad, depois de uma ofensiva que lhe permitiu tomar uma grande parte do país em 11 dias. Abandonado pelos seus aliados iranianos e russos, Assad fugiu para Moscovo.

O HTS, antigo braço sírio da Al-Qaeda, afirma ter rompido com o 'jihadismo', mas continua a ser classificado como terrorista por vários países ocidentais, como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e também pela União Europeia.

Vários Estados e organizações saudaram a queda de Assad, mas disseram estar à espera para ver como as novas autoridades, os muçulmanos sunitas, tratariam as minorias do país multiétnico e multirreligioso.

Entretanto, vários já anunciaram ter estabelecido contacto com a organização no poder.

No domingo, al-Jolani (Ahmad al-Chareh) disse a Geir Pedersen que "as mudanças na cena política tornam necessário rever" a Resolução 2254 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

Numa declaração publicada pelo grupo na sua conta da rede social X, o líder 'jihadista' evocou, no seu primeiro encontro frente a frente com Pedersen, a necessidade de "reconsiderar a resolução", tendo em conta "as mudanças ocorridas no cenário político".

Desde que chegou ao poder, al-Jolani tem tentado ganhar a confiança da comunidade internacional.

Leia Também: UE envia diplomata para estabelecer primeiro contacto na Síria

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