A documentação contém acusações de "espancamentos, insultos, eletrochoques, bem como indivíduos fechados em jaulas de madeira ou de metal", descreveu Jill Edwards num comunicado.
"Também se documentam queimaduras, ferimentos de bala e outros sinais de crueldade que incluíram tortura sexual", declarou Edwards, que também denunciou as condições desumanas em que muitos opositores estavam encarcerados, sem água potável, comida ou cuidados médicos suficientes.
Edwards indicou que, desde 2011 -- ano do início da guerra civil na Síria -, em comunicações oficiais contra o Governo sírio, foram feitas acusações de tortura a 119 indivíduos, que depois terão "sofrido também os maus-tratos que muitos outros milhares experimentaram".
A relatora insistiu que um organismo independente e imparcial deverá investigar a tortura e outros crimes cometidos durante 14 anos de guerra civil na Síria.
O caso foi levado no ano passado ao Tribunal Penal Internacional (TPI) pelo Canadá e pelos Países Baixos e, embora a Síria não seja membro do Tribunal de Haia, é signatária da Convenção Internacional contra a Tortura.
Edwards alertou para o atual perigo de se perderem provas devido à contaminação contínua de locais de crime, como prisões, centros de detenção e outras instalações onde poderão ter sido cometidos maus-tratos.
Sublinhou também que outras fações sírias são acusadas de ter cometido atos de tortura, entre as quais o grupo islamita Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS), que liderou a ofensiva relâmpago que em 12 dias derrubou o regime do Presidente Bashar al-Assad, no poder há 24 anos.
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