Damasco cancela contrato com empresa russa sobre gestão de porto

As novas autoridades sírias cancelaram unilateralmente um acordo assinado com uma empresa russa em 2019 para a gestão do porto ocidental de Tartus, o segundo porto mais importante da Síria, segundo a empresa russa de engenharia energética Stroytransgaz (STG).

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Lusa
24/01/2025 14:31 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Síria

A STG e o Governo do Presidente deposto Bashar al-Assad assinaram um acordo em 2019 relativo à gestão do porto nos próximos 49 anos, mas o diretor da alfândega em Tartus, Riyad Judi, anunciou no domingo passado, em declarações ao diário sírio Al-Watan, que o acordo havia sido cancelado e que todas as receitas da instalação haviam passado "para o benefício do Estado sírio".

 

"A administração síria não notificou a empresa russa sobre a transferência do porto de Tartus para a gestão estatal", afirmou hoje um porta-voz da STG em declarações à agência russa TASS.

"A decisão de cancelar o acordo foi tomada unilateralmente", continuou o porta-voz.

O porta-voz da empresa russa explicou ainda que, apesar de Mosocov ter transferido a gestão do porto para uma empresa local em junho de 2023, a STG continuou a desempenhar "funções de supervisão até ao termo do acordo".

O contrato previa o investimento de pelo menos 477 milhões de euros por parte da Rússia para a modernização do porto sírio.

Os serviços secretos militares britânicos estimaram esta semana que a Rússia "não tem atualmente" acesso à base naval do porto e referiram que o futuro da presença russa no país sob as novas autoridades sírias continua "incerto", devido às relações estreitas entre Moscovo e Assad, aliados estratégicos.

Bashar al-Assad, que esteve no poder 24 anos, fugiu com a família para a Rússia após ter sido destituído a 08 de dezembro pela coligação liderada pela Organização de Libertação do Levante (HTS), herdeira da antiga afiliada síria da Al-Qaida e classificada como grupo terrorista por países como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e ainda a União Europeia.

A Rússia tem negociado a permanência das suas duas bases, em Tartus e em Khmeimim, fundamentais para a sua política na região e em África, ao mesmo tempo que se retira da Síria.

Leia Também: Chefe da diplomacia americana apela a uma transição inclusiva na Síria

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