Geórgia: CE quer suspender vistos diplomáticos e de autoridades

A Comissão Europeia propôs hoje suspender um acordo com a Geórgia que possibilitava a autoridades viajarem para países da União Europeia (UE) sem necessidade de um visto, na sequência dos resultados eleitorais que carecem de respaldo internacional.

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Lusa
20/12/2024 12:47 ‧ há 5 horas por Lusa

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Em comunicado, o executivo comunitário anunciou a proposta para suspender uma parte do acordo ente a UE e a Geórgia para a "facilitação de vistos".

 

Se o Conselho da União Europeia adotar esta proposta, diplomatas georgianos, outras autoridades e seus familiares com passaportes diplomáticas ou governamentais voltariam a necessitar de vistos para estadias de até 90 dias.

A facilitação de vistos para estadias mais curtas, assim com a isenção de apresentação de toda a documentação que é normalmente requerida, também deixa de vigorar.

o executivo de Ursula von der Leyen tomou esta decisão em resposta direta à repressão das manifestações por causa dos resultados eleitorais na Geórgia.

A população contesta os resultados, que não foram validados pela comunidade internacional e que critica a opacidade do sufrágio, numa altura em que o país regrediu no caminho de adesão à UE e parece estar a voltar as atenções para Moscovo.

As manifestações são uma resposta à decisão do governo do partido no poder, Sonho Georgiano, de suspender todas as negociações de adesão à União Europeia até 2028.

A oposição acusou igualmente o partido de ter manipulado as eleições legislativas realizadas no final de outubro, nas quais se declarou vencedor.

No início de dezembro, o Governo britânico anunciou a suspensão de "todos os programas de apoio" ao governo georgiano e restringiu a sua cooperação militar com Tbilisi, bem como as suas relações com representantes do governo georgiano.

Na segunda-feira, os Estados Unidos anunciaram que estavam a preparar novas sanções contra a Geórgia, enquanto a União Europeia não impôs, por enquanto, quaisquer sanções devido à falta de unanimidade entre os 27.

Na sexta-feira, o político leal ao governo Mikhail Kavelashvili foi eleito Presidente da Geórgia durante uma votação no parlamento que foi boicotada pela oposição, indicou a Comissão Eleitoral Central da república caucasiana.    

Único candidato, Kavelashvili tornou-se no sexto Presidente na história da Geórgia desde a independência da União Soviética em 1991.

As autoridades modificaram o mecanismo de eleição do Presidente, que pela primeira vez não resultou de sufrágio universal, mas de uma votação colegial de 150 deputados e 150 delegados municipais.

O Governo tinha todas as hipóteses de ganhar, uma vez que domina o parlamento nacional e as assembleias locais. Para ser eleito, Kavelashvili precisava de 200 votos.

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