Em comunicado, o executivo comunitário anunciou a proposta para suspender uma parte do acordo ente a UE e a Geórgia para a "facilitação de vistos".
Se o Conselho da União Europeia adotar esta proposta, diplomatas georgianos, outras autoridades e seus familiares com passaportes diplomáticas ou governamentais voltariam a necessitar de vistos para estadias de até 90 dias.
A facilitação de vistos para estadias mais curtas, assim com a isenção de apresentação de toda a documentação que é normalmente requerida, também deixa de vigorar.
o executivo de Ursula von der Leyen tomou esta decisão em resposta direta à repressão das manifestações por causa dos resultados eleitorais na Geórgia.
A população contesta os resultados, que não foram validados pela comunidade internacional e que critica a opacidade do sufrágio, numa altura em que o país regrediu no caminho de adesão à UE e parece estar a voltar as atenções para Moscovo.
As manifestações são uma resposta à decisão do governo do partido no poder, Sonho Georgiano, de suspender todas as negociações de adesão à União Europeia até 2028.
A oposição acusou igualmente o partido de ter manipulado as eleições legislativas realizadas no final de outubro, nas quais se declarou vencedor.
No início de dezembro, o Governo britânico anunciou a suspensão de "todos os programas de apoio" ao governo georgiano e restringiu a sua cooperação militar com Tbilisi, bem como as suas relações com representantes do governo georgiano.
Na segunda-feira, os Estados Unidos anunciaram que estavam a preparar novas sanções contra a Geórgia, enquanto a União Europeia não impôs, por enquanto, quaisquer sanções devido à falta de unanimidade entre os 27.
Na sexta-feira, o político leal ao governo Mikhail Kavelashvili foi eleito Presidente da Geórgia durante uma votação no parlamento que foi boicotada pela oposição, indicou a Comissão Eleitoral Central da república caucasiana.
Único candidato, Kavelashvili tornou-se no sexto Presidente na história da Geórgia desde a independência da União Soviética em 1991.
As autoridades modificaram o mecanismo de eleição do Presidente, que pela primeira vez não resultou de sufrágio universal, mas de uma votação colegial de 150 deputados e 150 delegados municipais.
O Governo tinha todas as hipóteses de ganhar, uma vez que domina o parlamento nacional e as assembleias locais. Para ser eleito, Kavelashvili precisava de 200 votos.
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